Pessoas na extrema pobreza levariam 3 meses para comprar cesta básica
O preço da cesta básica subiu em praticamente todas as capitais, em março. Foi o que revelou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 18 cidades. As altas mais expressivas ocorreram em Brasília (11,09%), Florianópolis (7,28%), São Luís (7,26%) e Curitiba (7,20%).
A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 509,11), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 496,33) e Porto Alegre (R$ 479,53). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 382,35) e Aracaju (R$ 385,62).
A notícia não é nada boa para os brasileiros, principalmente para os 54,8 milhões que vivem em situação de pobreza, com até R$ 406 por mês, e para os 15 milhões que estão em situação de pobreza extrema, isto é, sobrevivem com uma renda per capita de até R$ 140 por mês.
A cesta básica mais barata em março (R$ 382,35) representa quase 3 vezes a renda mensal de uma pessoa na extrema pobreza.
Em março de 2019, o valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.277,04, ou 4,29 vezes o salário mínimo, que é de R$ 998. Em fevereiro de 2019, o piso necessário correspondeu a R$ 4.052,65, ou 4,06 vezes o salário mínimo vigente. Já em março de 2018, o valor necessário seria de R$ 3.706,44, ou 3,89 vezes o salário mínimo, que era de R$ 954.
Atualmente, 5,2 milhões de pessoas passam fome no Brasil, e com a alta dos preços e do desemprego, o número de pessoas nesta situação deve aumentar.