Policiais no Rio têm 9 vezes mais chances de morrer do que civis
Um relatório divulgado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro mostra que a taxa de mortalidade entre policiais no Rio é nove vezes maior do que a da população em geral.
Enquanto a taxa de agentes mortos no período foi de 265 a cada 100 mil habitantes, os números gerais ficaram em 25,9 por 100 mil habitantes.
O relatório, que se baseia em um estudo feito pela pesquisadora Maria Cecilia de Souza Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz, com números dos anos de 2007 a 2013, mostra outro dado assustador: um policial do Rio de Janeiro tem seis vezes mais chances de morrer do que um policial de São Paulo.
Em 2016, a capital fluminense teve 146 agentes públicos de segurança assassinados e 556 feridos. Faltando dias para terminar o ano de 2017, esse número já chega a 124 policiais mortos na cidade. O número crescente foi analisado pela CPI em 13 encontros ao longo de dois anos.
Nesse período, os parlamentares receberam agentes de segurança, representantes do Governo do Estado, pesquisadores e especialistas. Entre eles, a socióloga Maria Cecília de Souza Minayo, que destacou que um dos fatores que contribuem para o alto índice no estado é a rotatividade dos policiais.
Um levantamento feito pela Agência Lupa, a partir de um estudo divulgado em abril pela organização não governamental (ONG) mexicana Seguridad, Justicia y Paz, mapeou os 50 municípios mais violentos do mundo. A cidade do Rio de Janeiro teve mais mortes de policiais em 2016 do que qualquer uma das cinco cidades mais violentas do mundo.
O número de policiais assassinados, em Caracas, capital venezuelana, a cidade mais violenta do mundo em 2016, foi de 76, enquanto o Rio ultrapassou o número de 100 policiais.
A violência da polícia do Rio de Janeiro também chama a atenção. Segundo o ranking do anuário de violência, a polícia do Rio de Janeiro só mata menos do que a polícia do Amapá, considerando a taxa por número de habitantes. Quem vive no estado da região Norte tem quase quatro vezes mais chances de ser morto pela polícia do que no resto do país.