Projeto Carolinas leva alimento e escuta para mulheres e crianças em SP
Criado pela professora Simone Rego, o projeto Carolinas busca ajudar mulheres e crianças vulneráveis que residem em uma favela da capital paulista
Por: Mariana Lima
A falta de saneamento básico, o desemprego e a dificuldade de acesso aos serviços básicos em uma favela localizada no entorno da Avenida Souza Ramos, na região de Cidades Tiradentes, periferia de São Paulo, chamou a atenção da professora da rede pública Simone Rego, de 48 anos.
O cenário observado havia piorado com a pandemia da Covid-19, sendo que nos primeiros meses os moradores foram afetados por um incêndio que queimou diversos barracos. Para minimizar a vulnerabilidade da população local, Simone criou o Projeto Carolinas.
Reunindo alguns ex-alunos e amigos, Simone começou a pedir apoio nas redes sociais. Foi assim que conseguiu mobilizar mais de 5 mil cestas básicas entregues para as 600 famílias da região, que sobrevivem de transferência de renda e bicos, como reciclagem, vendas no semáforo e construção civil.
O projeto Carolinas é voltado principalmente às mulheres que residem no local. O nome do coletivo homenageia uma das mais importantes escritoras do país, Carolina Maria de Jesus, autora da obra ‘Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada’.
Simone se aproximou da comunidade, conheceu as lideranças e passou a agir escutando os moradores, fazendo entrega de alimentos e eventos como pequenas confraternizações de Festa Junina e Natal, e cursos de montagem de móveis, que ajudou, em parte, na reconstrução dos barracos destruídos pelo incêndio.
Foi observando a necessidade de escuta das mulheres, que Simone, junto com as lideranças femininas do local, criou atividades como rodas de conversas, e passou a dar instruções sobre aproveitamento de alimentos.
Atualmente, o projeto luta para se oficializar como uma ONG, distribui alimentos, fraldas e outros itens, de acordo com as doações e necessidades dos moradores.
O grupo também planeja criar oficinas de customização de roupas, reaproveitamento de alimentos, horta comunitária, formação de lideranças e biblioteca.
Fonte: ECOA | UOL