Protesto de indígenas contra desmatamento faz prefeitura embargar obra
Indígenas protestaram contra a derrubada de 4 mil árvores para construção de empreendimento imobiliário
Indígenas Guaranis ocuparam, no último dia 30, um terreno da construtora Tenda no Jaraguá, Zona Norte da cidade de São Paulo, como forma de protesto pela derrubada de 4 mil árvores para construção de um empreendimento imobiliário.
A área é vizinha a seis aldeias da comunidade Mbya, que reúnem cerca de 500 indígenas no total. Um dos líderes da comunidade, David Fernandes, conta que o grupo decidiu ocupar a área quando acordou com o barulho das serras elétricas iniciando a derrubadas dessa árvores.
O espaço, segundo a construtora, abrigará prédios destinados a moradias para a população de baixa renda. E a construtora Tenda alega que “todos os procedimentos necessários foram adotados para a legalização do empreendimento, com aprovação dos órgãos competentes”.
O projeto do condomínio prevê a derrubada de 528 árvores na área. Os indígenas Guarani, no entanto, falam na derrubada de 4 mil árvores.
Por enquanto parece que o protesto rendeu um resultado positivo. A Prefeitura de São Paulo embargou, no dia 4 de fevereiro, a obra para a construção do condomínio no local.
Em nota, a prefeitura disse que a obra está de acordo com a lei, mas que o embargo vale por sete dias, prazo que os indígenas têm para provar eventuais irregularidades no empreendimento.
A construtora Tenda, responsável pela obra, afirma que vai respeitar as determinações judiciais.
No ano passado, o Observatório do Terceiro Setor lançou um minidocumentário mostrando a luta dos indígenas Guaranis para sobreviverem na pequena área destinada a eles na região do Pico do Jaraguá. Eles relatam que são frequentemente ameaçados e temem perder o pouco espaço a qualquer momento. Assista ao documentário abaixo: