Publicidade do governo para povo sair de casa vai custar R$ 4,8 milhões
Campanha foi contratada sem licitação e tem como objetivo incentivar que apenas idosos e pessoas dos grupos de risco permaneçam em casa
O Governo Federal contratou a agência de publicidade iComunicação por R$ 4.897.855 (R$ 4,8 milhões), sem licitação, para executar a campanha ‘O Brasil não pode parar’ nas redes sociais.
A campanha reforça mensagens pregadas nos últimos dias pelo presidente Jair Bolsonaro, que critica a paralisia da economia em nome do isolamento social para prevenção à Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
“No mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do #coronavírus entre jovens e adultos. A quase-totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes do grupo de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade”, diz o Twitter do Governo Federal.
Na cidade do Rio de Janeiro, dos 331 casos confirmados até a última quarta-feira (25/03), a grande maioria estava na faixa etária dos 30 aos 39 anos, com 117 casos registrados, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.
Na Noruega, país que também sofre com a Covid-19, jovens já são 32% dos internados em UTI com coronavírus.
Um homem de 33 anos foi o mais jovem a morrer decorrente do novo coronavírus no Brasil. Ele veio a óbito na cidade de São Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde.
Outras autoridades que, como o presidente do Brasil, contestaram a quarentena mostram-se arrependidas. É o caso do primeiro ministro da Itália e do prefeito de Milão.
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que errou ao apoiar a iniciativa ‘Milão não para’. Há um mês, quando a região da Lombardia, onde fica a cidade, tinha 250 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, a campanha incentivou os moradores a manter suas rotinas apesar da pandemia. Hoje, a região é a mais afetada da Itália, com 34.889 casos confirmados.
Há um mês também, o primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, contestou a quarentena de seu país. A Itália registrava 17 mortos, e o governo italiano decidiu mudar a estratégia contra o novo coronavírus para proteger a economia.
Os bares que haviam sido fechados por prevenção reabriram dois dias depois da declaração do primeiro ministro e o turismo voltou. Foi quando o número de mortes começou a subir exponencialmente, e Conte tentou controlar a situação decretando uma quarentena obrigatória, quando já era tarde demais.
Fontes: Época, Catraca Livre, UOL, G1, Valor Econômico.