Reforma da Previdência é aprovada com empresas devendo R$ 491 bilhões
O Senado aprovou na terça-feira (22), em segundo turno, por 60 votos a 19, o texto-base da proposta de reforma da Previdência. No primeiro turno, o placar foi de 56 votos a 19. O texto não precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O projeto agora precisa ser promulgado pelo Congresso. Na nova regra do Regime Geral, o tempo mínimo de contribuição na nova regra será de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens. Para quem já está no mercado de trabalho, porém, o tempo mínimo de contribuição será de 15 anos para homens e de 15 anos para mulheres, de acordo com as últimas mudanças aprovadas pelo plenário da Câmara.
As novas regras visam que o trabalhador trabalhe mais para ganhar menos. Um dos fatores mais importantes para o rombo da previdência é o saldo devedor das empresas.
A dívida ativa Previdenciária das empresas tem um estoque total de 491 bilhões de reais, sendo 331 bilhões desse valor considerados “irrecuperáveis” pelo Governo Federal. De um milhão de empresas que estão devendo para a Previdência, quatro mil devem acima de 15 milhões de reais e respondem por mais de 60% desses 490 bilhões do total da dívida.
Em uma coletiva de imprensa no começo do ano, o procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e FGTS, Cristiano Neuenschwander, disse que o estoque total das dívidas é “histórico”, com empresas devedoras desde a década de 60. Segundo o procurador, “160 bilhões de reais tem chance de recuperação alta”.