Sírio alimenta gatos abandonados por causa da guerra
Animais foram deixados por famílias que fugiam dos bombardeios que atingiam a cidade de Aleppo
Todas as manhãs, Mohammad Alaia Aljaleel vai ao único açougue local para adquirir pedaços de carne. O proprietário, que conhece a história de Aljaleel, sempre faz um desconto ou até doa alguns pedaços.
Aljaleel não só alimenta sua família, mas também 150 gatos que foram abandonados por famílias que fugiam dos bombardeios das forças armadas leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.
O sírio se tornou zelador não oficial da sua cidade natal, Aleppo. Logo após o início da crise no país, o ex-eletricista teve a oportunidade de levar sua esposa e seus três filhos para a Turquia, onde tinha planos de trabalhar como mecânico. Mas, junto com sua família, ele optou por ficar para trás e ajudar os animais abandonados e pessoas que necessitam de ajuda.
Aljaleel já foi muito criticado por colocar sua vida e da sua família em risco, mas ele não liga para as críticas. “Gosto muito do trabalho que estou fazendo”, diz.
Gerardo Huertas, diretor de operações de gestão de desastres na Proteção Animal World, uma organização sem fins lucrativos focada na melhoria do bem-estar animal, elogia a atitude de Aljaleel. “Em questionários que temos realizado, perguntamos às pessoas o que elas levariam quando tivessem que deixar suas casas. Cães e gatos estão sempre no topo da lista, mas, inevitavelmente, os animais são deixados para trás. Quando isso acontece, eles muitas vezes enfrentam uma morte lenta por inanição, lesão ou doença”, lamenta Huertas.