SP concentra o maior número de assassinatos de pessoas trans no país
Um relatório produzido pela Antra revela que o Brasil continua sendo o país que mais mata trans e travestis no mundo
Por: Mariana Lima
Em 2019, o estado de São Paulo registrou 21 assassinatos de pessoas transexuais e travestis, um aumento de 50% em relação ao número registrado em 2018, quando ocorreram 14 mortes. A informação é do Dossiê assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019, produzido Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Segundo o mesmo relatório, São Paulo foi o estado mais matou essa população no último ano. As demais posições no topo do ranking são ocupadas por Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
O relatório ainda apresenta um balanço dos últimos três anos em relação aos assassinatos contra pessoas transexuais e travestis.
De 2017 a 2019, São Paulo registrou 51 assassinatos contra a população trans. Bahia e Ceará ficam empatados na segunda posição, com 40 assassinatos cada; enquanto o Rio de Janeiro ocupa a 3ª posição, com 37 casos.
Com este cenário, o Brasil continua a ser, em números absolutos, o país que mais mata pessoas transexuais e travestis no planeta. Em seguida aparecem na lista o México, com 65 mortes, e os Estados Unidos, com 31 mortes.
Além disso, o Brasil foi da 55ª posição no ranking de países seguros para a população LGBT em 2018, para a 68ª posição no ano passado.
Somente em 2019, foram confirmados 124 casos de assassinatos de pessoas trans. Em 121 casos, as vítimas eram travestis e mulheres transexuais. Em três casos, as vítimas eram homens trans.
O número total de mortes diminuiu em relação a 2018, que registrou 163. O maior índice foi registrado em 2017, com 179 mortes no total.
Em relação ao perfil das vítimas, a pesquisa revela que a maioria tinha entre 15 e 45 anos. A questão racial também chamou atenção, pois 82% dos casos foram identificados como sendo contra pessoas pretas e pardas.
Fonte: Carta Capital