Trio de pesquisadores ganha Nobel de Economia por combate à pobreza
Em 2017, cerca de 821 milhões de pessoas passaram fome em todo o planeta, segundo a FAO
por Artur Ferreira
Nesta segunda-feira (14), os economistas Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram anunciados como vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2019 por realizarem pesquisas no combate à pobreza.
Esther Duflo, de 46 anos, é casada com Abhijit Banerjee, de 58 anos, e ambos lecionam no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ela se tornou a segunda mulher a vencer o Nobel de Economia e também a pessoa mais jovem a receber este prêmio. Já Michael Kremer, de 54 anos, é professor na Universidade de Harvard.
O trio de pesquisadores foi premiado devido a sua atuação prática em experimentos de campo no combate à pobreza. Uma das principais conclusões dos economistas é que a divisão dos problemas sociais permite uma atuação prática mais sólida e concisa para solucioná-los.
Através da divisão por temas, como saúde e educação, os economistas realizaram experimentos de campo em países como Quênia e Índia, e beneficiaram diretamente mais de 5 milhões de crianças indianas.
Em uma de suas pesquisas, eles atestaram que o acesso a clínicas móveis para comunidades carentes aumentava as taxas de vacinação. Em outro estudo, concluíram que ajudar diretamente um aluno com dificuldades de aprendizado tem mais efeito do que uma melhora nos livros didáticos e refeições escolares gratuitas, que também obtiveram efeito, porém em menor escala.
Os três economistas, premiados “por sua abordagem experimental para aliviar a pobreza global” irão receber um prêmio de 9 milhões de coroas suecas (3,85 milhões de reais) no dia 10 de dezembro, data da morte de Alfred Nobel (1833-1896), idealizador do prêmio.
Os dados sobre a fome no mundo
O relatório ‘O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2018?, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mostrou que a fome aumentou no mundo. Em 2017, 821 milhões de pessoas passavam fome em todo o planeta.
Já no Brasil, o problema da extrema pobreza atinge mais de 13 milhões de pessoas, ou seja, essas pessoas sobrevivem com uma renda per capita de até 89 reais mensais, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Ministério da Cidadania.