Ventilador pulmonar criado pela USP é aprovado em testes
O ventilador pulmonar criado pela equipe da Poli USP pode ser fabricado em até duas horas e tem custo 15 vezes menor do que os convencionais
Por: Júlia Pereira
O ventilador pulmonar emergencial desenvolvido pela Escola Politécnica (Poli) da USP passou pelas etapas finais de testes. Os próximos passos serão o envio dos documentos relativos ao projeto aos órgão competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em 12 de abril, foi realizada uma das avaliações técnicas do produto com a colaboração do Laboratório de Diagnóstico Avançado de Combustão do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), sediado na Poli.
Nos dias 13 e 14 de abril, foi realizado um estudo com animais, coordenado pela professora Denise Fantoni e com auxílio da professora Aline Ambrósio, ambas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP.
Os testes foram realizados no Laboratório de Investigações Médicas 8 (LIM8), da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o equipamento foi aprovado.
Já nos dias 17, 18 e 19 de abril foram realizados estudos com pacientes humanos, seguindo os trâmites da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Os testes foram realizados com quatro pacientes nas dependências do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP e considerou o equipamento como aprovado sem registrar problemas com os pacientes.
O ensaio foi realizado sob a coordenação do professor José Otávio Auler Junior, e teve a colaboração da professora Filomena Galas, da FMUSP, e do fisioterapeuta Alcino Costa Leme.
O ventilador pulmonar Inspire
O ventilador Inspire foi desenvolvido pela equipe do professor Raul González Lima e pode ser produzido em até duas horas.
O equipamento também tem como grande vantagem o custo. Enquanto os ventiladores convencionais custam, em média, R$ 15 mil, o valor do Inspire é de R$ 1 mil.
O aparelho foi registrado com uma licença open source, ou seja, qualquer pessoa ou empresa pode acessar o protocolo de manufatura e fabricá-lo. Basta apenas obter uma autorização da Anvisa.
Fonte: Jornal da USP