Brasil ocupa 10º lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo

Seis brasileiros possuem a mesma riqueza que a soma da renda de metade da população brasileira

por Diego Thimm

O relatório ‘A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras’, elaborado pela Oxfam, traz dados alarmantes sobre as condições e distâncias sociais presentes no Brasil.

De acordo com a pesquisa, o Brasil é o décimo país mais desigual do mundo. A constatação é baseada em dados do último Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O estudo também revela que os 5% mais ricos do país ficam com a mesma fatia de renda que os demais 95% da população. Uma pessoa que recebe um salário mínimo mensal levaria quatro anos para ganhar o mesmo que o 1% mais rico ganha, em média, em um mês.

Para ilustrar o tamanho da desigualdade, se as seis pessoas mais ricas do país gastassem R$ 1 milhão por dia, juntas, levariam em média 36 anos para esgotar o equivalente ao seu patrimônio. Enquanto o Banco Mundial estima que, só em 2017, até 3,6 milhões de pessoas devem entrar outra vez para a linha da pobreza.

Um dos pilares da desigualdade brasileira está no sistema tributário, no qual quem tem mais dinheiro paga menos impostos. Pessoas que ganham 320 salários mínimos mensais pagam uma alíquota efetiva de imposto similar à de quem ganha cinco salários mínimos mensais. A posse de jatos, helicópteros, iates e lanchas, por exemplo, não incorre no pagamento de nenhum tributo por seus proprietários.

Além da renda, o estudo mostra que questões raciais e de igualdade de gênero também influenciam na desigualdade. Segundo estimativas, as mulheres ganharão o mesmo que os homens só em 2047 e os negros terão equiparação salarial com os brancos somente em 2089.