125 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar na pandemia
Casas com crianças de até 4 anos apresentam índices de insegurança alimentar ainda mais críticos do que a média nacional: apenas 29,3% destes domicílios comem em quantidade e qualidade ideais
Por: Isabela Alves
125,6 milhões de brasileiros estão sofrendo com a insegurança alimentar durante a pandemia. O número corresponde a mais da metade da população brasileira (59,3%).
A insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa não come em quantidade e qualidade ideais. Os dados foram divulgados no estudo ‘Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil’.
A pesquisa apontou que, nos últimos três meses, muitos cidadãos tiveram preocupação de não ter alimentos para realizar as suas refeições. Muitas famílias estão precisando escolher se irão comer apenas no almoço ou no jantar, por exemplo.
O estudo também pontuou que muitas dessas famílias dependem do Bolsa Família para viver. O benefício de R$ 346 reais, no entanto, não está sendo suficiente, já que os preços altos dos alimentos estão fazendo com que as pessoas tenham o acesso dificultado aos alimentos básicos.
Beneficiários do Bolsa Família são os que enfrentam os maiores níveis de insegurança alimentar no país, com 88,2%. Destes, 35% passam fome e outros 23,5% vivem com um nível moderado de insegurança alimentar.
Casas com crianças de até 4 anos apresentam índices de insegurança alimentar ainda mais críticos do que a média nacional: apenas 29,3% destes domicílios comem em quantidade e qualidade ideais, enquanto 70,6% vivem algum nível de insegurança alimentar. São 20,5% aqueles que passam fome.
Outro dado chamativo revela que 44% dos brasileiros deixaram de comer carne na pandemia. Entre os alimentos saudáveis, esse foi o que teve a maior redução de consumo. Em seguida, aparecem as frutas (41%), hortaliças e legumes (37%).
Ainda, 54,2% continuam consumindo alimentos industrializados e 6,4% afirmaram que houve aumento no consumo desses alimentos.
A fome está presente em 25,5% das casas chefiadas por mulheres, enquanto as que são chefiadas por homens são 13,3%. Quando a família é negra, a insegurança alimentar sobe para 67,5%.
Fonte: Folha de São Paulo
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