Brasil: mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso à rede de esgoto
Regiões do Brasil mais afetadas pela falta de acesso à rede de esgoto são Norte e Nordeste. Milhões de brasileiros não têm acesso nem mesmo a água potável
Por: Júlia Pereira
Cerca de 15 milhões de brasileiros residentes em áreas urbanas não têm acesso à água tratada. Os dados são do Programa Conjunto de Monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para Saneamento e Higiene (JMP).
Em áreas rurais, 25 milhões possuem apenas o nível básico desses serviços, e 2,3 milhões usam fontes de água não seguras para consumo humano e higiene pessoal e doméstica.
Os dados sobre a coleta e o tratamento de esgoto também são alarmantes. Mais de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso a uma rede segura. Desses, 21,6 milhões usam instalações inadequadas, e 2,3 milhões ainda defecam a céu aberto.
Pensando nesse cenário, o UNICEF, o Banco Mundial e o Instituto Internacional de Águas de Estocolmo (SIWI) lançaram, agora em agosto, a nota técnica ‘O papel fundamental do saneamento e da promoção da higiene na resposta à Covid-19 no Brasil’.
O documento traz uma análise sobre as ações implementadas no Brasil e recomendações para uma resposta mais eficaz à pandemia de Covid-19.
A qualidade dos serviços de água, esgoto e higiene se fazem ainda mais essenciais neste momento, para que a prevenção do novo coronavírus seja realizada de maneira eficaz.
A situação precária também é encontrada nas escolas. Segundo o JMP, 39% das unidades não possuem serviços básicos para lavagem das mãos.
Apenas 19% das escolas públicas do Estado do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água e alguns estados da Região Norte registram menos de 10% das escolas com acesso ao sistema público de esgoto, o que explicita a desigualdade entre as regiões.
Entre as recomendações feitas na nota técnica está assegurar a disponibilidade de dados confiáveis sobre o acesso adequado a água, esgoto e higiene em domicílios, escolas e estabelecimentos de saúde.
Além disso, as organizações ressaltam que as lacunas de acesso devem ser preenchidas urgentemente, com atenção especial às pessoas em situação de vulnerabilidade, tanto nos centros urbanos quanto nas zonas rurais.
Para fortalecer o sistema de saneamento básico no Brasil, a nota recomenda uma maior cooperação entre as diferentes esferas do governo (municipal, estadual e federal) e a alocação de recursos financeiros públicos aos provedores de água e esgoto com base em metas de desempenho tangíveis, transparentes e verificáveis.
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