Conselho Militar: desmatamento no Brasil coloca em risco segurança nacional
Um informe divulgado esta semana pelo Conselho Militar Internacional sobre Clima e Segurança, feito por militares e estrategistas deixou claro que a situação do desmatamento da Amazônia não é apenas uma questão do meio ambiente, mas também coloca em risco a segurança do país.
A entidade é formada por líderes militares, especialistas em segurança e instituições de 38 países, dedicados a “antecipar, analisar e enfrentar os riscos de segurança de um clima em mudança”.
Na avaliação dos militares, a pressão internacional sobre o governo brasileiro vai continuar. “O interesse da comunidade internacional pelos assuntos da Amazônia aumentou sob a administração Bolsonaro, devido ao enfraquecimento sistemático do presidente dos departamentos e agências civis tradicionalmente responsáveis pelos programas de contra desmatamento do país”, avaliam.
“O desinteresse do governo Bolsonaro em conter o desmatamento ilegal fere a internacionalização do Brasil, no momento em que busca participar de fóruns e processos decisórios internacionais”, alertam.
“Além de colocar em risco a ecologia e o abastecimento de água, o novo surto de desmatamento e a retórica contraproducente do presidente Bolsonaro deterioraram a reputação do Brasil no exterior, prejudicando os acordos comerciais do país”, analisa o grupo.
Para o grupo, líderes brasileiros precisam colocar mudanças climáticas e o combate contra o desmatamento como uma “prioridade de segurança”, e garantir que a segurança da nação esteja “à prova do clima”.
Para os militares e especialistas que lideram o conselho, a situação brasileira exige uma nova postura por parte do país. “A mudança climática é tanto um risco existencial para todas as sociedades, quanto uma questão de segurança humana e nacional”, disse Sherri Goodman, secretária-geral do Conselho e ex-vice-Subsecretária de Defesa dos EUA.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais o desmatamento na Amazônia cresceu 9,5% entre agosto de 2019 a julho de 2020 e a região perdeu 11.088 km² de floresta, sendo este o novo recorde de desmatamento no país.
Fonte: UOL