Da vulnerabilidade à autonomia: conheça o Instituto C
A ONG paulistana leva autonomia, busca direitos e transforma a vida de famílias em situação de vulnerabilidade social
Por Julia Bonin
Com a missão de ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social, o Instituto C é criação de Vera Oliveira, pesquisadora de mercado que tinha o sonho de trabalhar com pessoas e ajudá-las no desenvolvimento socioeconômico. A organização fundada por ela auxilia as famílias a alcançar a autonomia e buscar os seus direitos, transformando a sua realidade social.
Antes de saber o que seria a ideia do Instituto C, Vera conheceu a Associação Saúde e Criança, atual Instituto Dara, no Rio de Janeiro, e decidiu trazer o projeto para São Paulo. A metodologia do Plano de Ação Familiar (PAF) foi levada para a nova franquia, que começou na Santa Cecília. Hoje, existe também uma unidade do Instituto C na Freguesia do Ó, que atende famílias da zona Norte da cidade.
O sistema do PAF consiste no atendimento a famílias que tenham crianças com deficiência ou doenças crônicas. A assistência é realizada por meio de atendimentos mensais nas áreas de renda, serviço social, educação, nutrição e psicologia. Nesse programa, as famílias passam por todas as assistências, o que dura aproximadamente 18 meses, até alcançarem sua autonomia e estarem aptas a deixarem o projeto.
O atendimento também conta com rodas de conversa coletivas que estimulam a troca de ideias sobre questões da vida cotidiana e a informação das famílias sobre instituições e órgãos sociais de apoio a pessoas em vulnerabilidade social. “Muito do nosso trabalho é provocar reflexões e se propor a encontrar outras formas de viver para as famílias”, afirma a psicóloga institucional Nayara Paula.
“As famílias chegam aqui para o atendimento do serviço social e vão adquirindo a sua autonomia. Com o tempo, conseguem acesso aos benefícios e enfrentam a vulnerabilidade inicialmente presente, mas continuam presentes nas rodas de conversa, nas capacitações, nos eventos e festas”, declara a assistente social institucional Liliane Moura.
Ainda, o Instituto C realiza a doação mensal de cestas básicas e remédios que o SUS não fornece. A coordenadora do PAF Katia Moretti explica que, por mais que o benefício esteja disponível para todas as famílias, é realizada uma análise de acordo com a necessidade de cada uma. Além disso, a instituição busca garantir os direitos de acesso aos produtos básicos, como medicamentos, para que o benefício emergencial não seja mais necessário.
Também há uma unidade na Freguesia do Ó, que atende famílias em vulnerabilidade social com crianças ou adolescentes, independente de suas condições de saúde. Lá funciona o programa Cidadania em Rede, no qual as famílias escolhem em qual área desejam buscar atendimento. O ciclo deste programa dura em média 6 meses.
“O projeto cria um senso de comunidade, onde famílias assistidas também querem participar e retribuir para a sociedade. As famílias sabem que pertencem a algo, e querem agir. O espaço acaba funcionando como um centro social, onde as pessoas se encontram, convivem e criam vínculos”, diz Cláudio Pucci, coordenador de comunicação do Instituto C.
O próximo ciclo do PAF terá início na segunda semana de novembro. Para participar, os interessados devem entrar em contato pelo email ou telefone do Instituto C e, então, será realizada uma avaliação para verificar se a família se enquadra nos requisitos do programa.