Governo tira R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para fazer publicidade

Segundo a portaria, assinada pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, o recurso seria destinado originalmente ao Bolsa Família na região Nordeste

Antes da pandemia de Covid-19, o Brasil já vivia uma crise econômica, com um em cada quatro brasileiros vivendo com renda per capita de até R$ 420. Com a pandemia, milhões de brasileiros perderam suas rendas e os mais prejudicados foram as pessoas que vivem na extrema pobreza e precisam de auxílios do governo como o Bolsa Família.

A portaria publicada na edição da última quinta-feira (04/06) do ‘Diário Oficial da União’ informa que o governo transferiu R$ 83,9 milhões de recursos do programa Bolsa Família para a comunicação institucional do Palácio do Planalto.

A Comunicação Institucional é aquela criada para formar imagem positiva em torno de uma organização, empresa, pessoa, ou ainda em torno de algo ou alguma coisa.

Segundo a portaria, assinada pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, o recurso seria originalmente destinado ao Bolsa Família na região Nordeste.

Segundo uma fonte do Ministério da Economia, a transferência se deu por uma demanda da Secretaria de Comunicação da Presidência da República para viabilizar campanhas publicitárias de caráter educativo, informativo e de orientação ao cidadão.

A justificativa do governo para a transferência do recurso é que o auxílio emergencial de R$ 600 é superior ao benefício médio do Bolsa Família (R$ 188,16 em março). Os beneficiários do Bolsa Família têm que optar por receber o auxílio emergencial de R$ 600 ou o beneficio do Bolsa Família.

A transferência de recursos para a Secretaria de Comunicação se dá em um momento em que governo e Congresso Nacional discutem a prorrogação do auxílio emergencial. Originalmente, o auxílio emergencial seria pago em três parcelas. A equipe econômica do governo tem defendido uma prorrogação, mas com um valor menor.

Fonte: G1