Tempos obscuros: Brasil tinha campos de concentração na 2ª Guerra
Uma história que poucos brasileiros conhecem: o Brasil tinha vários campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
A partir de 1942, aproximadamente 3 mil pessoas de origem alemã, italiana e japonesa foram encarceradas em campos de concentração criados em sete estados brasileiros (PA, PE, RJ, MG, SP, SC e RS).
Na cidade de Tomé-Açú (PA), que fica a 200 km de Belém, foram presos alemães e japoneses. Em Chã de Estevão (PE), foram abrigados empregados alemães de uma companhia de tecidos. Em Pouso Alegre (MG), o campo de concentração reunia presos militares: os 62 marinheiros do navio Anneleise Essberger.
A Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, misturou prisioneiros de guerra com detentos comuns, violando leis internacionais. As cidades de Guaratinguetá e Pindamonhangaba, em São Paulo, usaram fazendas que pertenciam ao governo para receber prisioneiros alemães. E a cidade de Oscar Schneider, em Santa Catarina, teve um hospital transformado em colônia penal.
Esse período da história brasileira nunca fez parte dos livros didáticos, em partes porque, até 1996, era confidencial: o governo permitia apenas o acesso parcial aos dados. Os arquivos oficiais foram lacrados sob uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos. Em 1988, o prazo foi diminuído para 30 anos.
A criação desses campos de concentração aconteceu a partir de agosto de 1942, época em que o Brasil declarou guerra ao Eixo e integrou o bloco dos países Aliados.
No dia 2 de março de 1944, veio ao mundo o primeiro brasileiro nascido em um campo de concentração no seu próprio país. Carlos Johanes Braak era filho de alemães.
Alguns campos de concentração tinham uma rotina mais humanizada, permitindo até que seus prisioneiros deixassem o campo para comprarem comida. Mas outros eram mais severos, como o campo de Guaratinguetá, onde as pessoas realizavam trabalho forçado.
O livro ‘Prisioneiros da guerra: os Súditos do Eixo nos campos de concentração brasileiros (1942 – 1945)’, da autora Priscila Ferreira Perazzo, conta esse lado obscuro da história brasileira.
JURGEN JAKOBS PULS
21/01/2021 @ 19:22
Meu avô, residente em Joinville – SC foi aprisionado em 12942, quando da declaração de guerra pelo Brasil às nações integrantes do Eixo. Algum tempo depois foi enviado para a Ilha das Flores, onde ficou até o final da 2a. Guerra. Parte dos seu bens foram confiscados, à época. Até hoje não sabemos a razão desse encaminhamento à Ilha das Flores. Gostaria de ter uma orientação a respeito de como pesquisar isso. Existe um registro de uma publicação em jornal de uma foto de meu avô, trabalhando no presídio. Essa foto tem uma legenda dizendo quer o internado Jurgen Jacobs Puls, estava trabalhando por livre e espontânea vontade. Vocês poderiam me ajudar? Grato.
Fernanda
23/02/2021 @ 17:10
Olá! Por que não pede ajuda a historiadora e escritora do livro citado, Priscila Perazzo? Acredito que ela tenha pesquisado muito e possa lhe sugerir fontes e por onde começar sua pesquisa.
ADA RODRIGUES DE SIQUEIRA
08/03/2021 @ 14:21
Ótimo quero beber desta fonte que foi ao fundo.
Almir Juppe
29/01/2022 @ 15:00
Oscar Schneider não era uma cidade e sim uma instituição para deficientes mentais, localizada na cidade de Joinville/SC. Após ser desativada, o prédio foi utilizado para confinamento de imigrantes alemães, de 1942 a 1945.
Lucius
22/03/2022 @ 13:43
– O que a maioria , não percebe é que , usaram essas pessoas como cobaias vivas no mundo todo para todo o tipo de aberrações (experimentos) em nome da “ciência”. – Observei que , em torno e até mesmo dentro desses locais havia presença ativa da indústria farmacêutica. – A guerra em si , serviu de desvio de foco (cortina de fumaça) da população civil mundial da época.