Vital para sobreviver: conflitos por água aumentam 77% no Brasil
A falta de acesso à água potável ou a iminência da falta estiveram no centro dos conflitos no campo em 2019, fazendo-se presentes em 489 deles
O número de conflitos pela água aumentou 77% em 2019 em relação ao ano anterior, aponta a 34ª edição do relatório ‘Conflitos no Campo Brasil‘, divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
A falta de acesso à água potável ou a iminência da falta estiveram no centro dos conflitos, fazendo-se presentes em 489 deles. O índice foi 77% superior ao de 2018 (276). A CPT observa que as lutas em torno da água afetaram 279.172 pessoas, pertencentes a 69.793 famílias.
Ao todo, o Brasil registrou, em 2019, 1.833 conflitos no campo, o número mais elevado dos últimos cinco anos e 23% superior ao de 2018. O dado reúne ocorrências relacionadas a disputas por terra, disputas por água e conflitos trabalhistas.
O relatório mostra que em 2019 o número de assassinatos chegou a 32, o que representa quatro casos a mais do que no ano anterior. Desse total, 28 estão associados a disputas por terra, três a conflitos trabalhistas e um à disputa por água.
O total de tentativas de assassinato passou de 28 para 30, de 2018 para 2019. A diferença é de 7%, menor do que a variação de ameaças de morte (22%), com o aumento de 165 para 201 casos.
O documento da CPT estabelece ligação de interesses empresariais com os conflitos por água, informando que o setor de mineração está envolvido em 189 casos (39%). Hidrelétricas, por sua vez, têm conexão com 54 (11%), enquanto empresários e governos participaram, respectivamente, de 117 (36%) e 33 (7%) conflitos. Foram registradas 40 denúncias por parte da população, dado que inclui agressões, contaminação por mercúrio, ameaças de morte, danos, humilhação, intimidação e omissão.
A disputa por terras também ocasionou violência e mortes. O relatório aponta que, dos assassinatos registrados no ano passado, 27 (84%) ocorreram na região amazônica. A região concentra ainda 22 (73%) casos de tentativas de assassinato, 158 (79%) de ameaças de morte e 71% de famílias expostas a conflitos. É também lá que se encontra mais da metade (57%) das 5.877 famílias despejadas de seus lares e 84% das famílias que tiveram suas casas ou terras invadidas.
A violência na Amazônia Legal é percebida no aumento de 36% no total de famílias abrangidas por conflitos e de 29% de famílias ameaçadas por pistoleiros. Nota-se, ainda, crescimento de 82% no número de despejos e 55% de invasões a terras ou casas.
Fonte: Agência Brasil
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