Brasil é o 4º país que mais mata defensores ambientais no mundo
Ao longo de 2020, foram registrados 20 assassinatos. Mais de 70% dos casos do país aconteceram na Amazônia
Por: Isabela Alves
O Brasil é o 4º país que mais mata defensores ambientais e do direito à terra no mundo. Ao longo de 2020, foram registrados 20 assassinatos. Mais de 70% dos casos do país aconteceram na Amazônia e metade deles teve como alvo povos tradicionais indígenas e ribeirinhos.
No mundo, um terço dos 227 ataques foram contra indígenas. É válido ressaltar que esta população representa apenas 5% da população global.
De acordo com o ranking divulgado pela ONG Global Witness, os países com mais mortes do tipo em 2020 são: Colômbia, com 65 mortes; México, com 30; e Filipinas, com 29.
O setor madeireiro é o mais ligado a assassinatos, com 23 casos, em países como Brasil, Nicarágua, Peru e Filipinas. No México, 9 dos 30 ataques estão ligados à extração de madeira.
A América Latina concentra a maior parte (73%) das mortes ligadas a conflitos por território em todo o mundo, com 165 assassinatos do último ano.
Segundo o relatório da Global Witness, quase 50 dos 227 assassinatos globais aconteceram em regiões com liberdade cívica obstruída e mais de 150 deles ocorreram onde há repressão – classificação dada a 45 países, a partir da avaliação sobre censura, liberdade de organizar protestos, ataques a jornalistas, entre outros.
No Brasil, a violência em conflitos por terra no último ano resultou na morte de Celino Fernandes, Wanderson de Jesus Rodrigues Fernandes, Virgínio Tupa Rero Jevy Benites e Antônio Correia dos Santos.
Os dados da Global Witness são reunidos anualmente desde 2012. Em 2017, o Brasil chegou a registrar 57 assassinatos e foi o país que mais matou defensores ambientais naquele ano. Os dados brasileiros são documentados pela Comissão Pastoral da Terra.
Fonte: Blog Folha de São Paulo | UOL