Governo gasta R$ 1,1 bilhão com auxílio-moradia para os 3 poderes
A crise que o país enfrenta parece não atingir os gastos exorbitantes do governo com parlamentares, servidores e funcionários com cargos comissionados (indicados pelo próprio governo). Somente com auxílio-moradia, os gastos em 2016 chegaram a R$ 1,145 bilhão.
De janeiro a agosto de 2017, foram R$ 744 milhões, contra R$ 500 milhões no mesmo período em 2015 (em valores correntes, sem atualizar pela inflação). O cálculo foi feito para a BBC Brasil pela organização Contas Abertas, de monitoramento de dinheiro público.
Com R$ 1,145 bilhão, seria possível custear, durante um ano, o bolsa-aluguel de 238,5 mil famílias de baixa renda em São Paulo, cidade com o maior déficit habitacional do país.
E os gastos não param. A Câmara dos Deputados, por exemplo, separou em junho R$ 2,5 milhões para gastar com a limpeza e a portaria de seus apartamentos funcionais, identificou o Contas Abertas.
Existem duas formas de pagamento do auxílio-moradia: por meio de reembolso para quem apresenta recibo de aluguel ou de gasto com hotel em Brasília, e em espécie sem necessidade de apresentar qualquer recibo. Na segunda opção, há um desconto de 27,5%, relativo ao imposto de renda.
O auxílio-moradia é pago quando não há vagas nos apartamentos funcionais, e para servidores que não ocupam os apartamentos.
Cada apartamento custa R$ 12 mil por ano ao governo em manutenção, segundo a SPU, e 230 deles estão desocupados.