Abusos, assassinatos, fome: como sofrem as crianças brasileiras
A maioria das crianças brasileiras tem uma realidade bem diferente da mostrada em comerciais e novelas. De acordo com um estudo da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), 10.520 crianças e adolescentes foram assassinados, no Brasil, apenas no ano de 2013. O país tem os maiores índices de violência contra crianças e adolescentes no mundo – especialmente abusos físico, sexual e psicológico, e negligências emocional e física.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, 68% das crianças no país, o equivalente a mais de 30 milhões de crianças com até 14 anos de idade, dizem sofrer punição corporal em casa.
A Childhood Brasil, a Fundação Abrinq, a Visão Mundial e diversas outras ONGs voltadas para a defesa dos direitos de crianças e adolescentes entregaram uma carta no final de janeiro em forma de manifesto para o Ministério dos Direitos Humanos e a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Abusos são diários nas vidas de muitos pequenos brasileiros. Esta semana, crianças cariocas foram revistadas por militares fortemente armados. A expressão de medo foi estampada na capa dos principais jornais brasileiros.
Outro dado alarmante que envolve as crianças brasileiras é o estupro infantil. A primeira e única pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre o perfil dos casos de estupro no Brasil revelou um dado assustador: 70% das vítimas são crianças e adolescentes. O estudo se baseou nas informações de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificações do Ministério da Saúde (Sinan).
As crianças brasileiras também estão sendo raptadas. Segundo a ONG Mães da Sé, 40 mil crianças desaparecem todos os anos no Brasil. A maioria é vítima de tráfico humano, pedofilia e venda de órgãos.
A fome também é um dos principais vilões das nossas crianças: 40% das crianças brasileiras viviam na pobreza em 2015. Com a falta de trabalho atingindo mais de 26 milhões de pessoas atualmente, segundo o IBGE, o número hoje pode ser ainda maior.
Se o futuro de uma nação está nas suas crianças, o Brasil com seu descaso está bem longe de um futuro promissor.