Organizações discutem propostas para candidatos às eleições de 2018
Realizado pela SOS Mata Atlântica, evento discutiu assuntos como segurança pública, meio ambiente e educação
Por Caio Lencioni
A Fundação SOS Mata Atlântica reuniu na Unibes Cultural, em São Paulo, no último dia 24, organizações da sociedade civil de diversas áreas para discutir propostas que possam ser levadas para os candidatos a todos os cargos disputados nas eleições deste ano.
Algumas das organizações presentes, como a própria SOS Mata Atlântica e a Todos Pela Educação, até já têm documentos prontos com uma série de propostas. A seguir, veja algumas das ideias discutidas.
Educação
Rodolfo Araújo, da Todos Pela Educação, explicou que campanhas de candidatos que falam de educação costumam chamar pouca atenção dos eleitores.
“Ficamos indignados quando sobe a passagem do ônibus, ou quando o preço de algum alimento sobe. Mas, ao sabermos que 55% das crianças entre 8 e 9 anos são analfabetas no Brasil, temos dificuldade de fazer algo a respeito”, desabafou.
Além disso, 49% dos professores não recomendam a profissão para os jovens, de acordo com a entidade. A pesquisa Profissão Professor também aponta que, entre as justificativas, o motivo mais apontado para os docentes não recomendarem a profissão é de que há uma desvalorização da carreira.
Com isso, a organização sugeriu uma agenda detalhada para os candidatos com pontos a serem levados como urgência “a partir do primeiro dia da gestão”, como coloca Rodolfo. “Levamos o diagnóstico da educação e muitos disseram ‘nossa, eu não sabia que era grave assim'”, conta.
Meio ambiente
Já a Fundação SOS Mata Atlântica mostrou as propostas que são relacionadas a causas urgentes do bioma e questões ambientais em geral: restauração de floresta, valorização dos parques e reservas, água limpa e proteção do mar.
Entre os principais trechos do documento ‘Desenvolvimento para sempre’, a organização aponta que, dos 17 estados com mata atlântica, sete já estão no nível de desmatamento zero. Ou seja, estes estados possuem desflorestamento que fica em torno de um quilômetro quadrado, o que, de acordo com Marcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, é uma boa notícia.
Entre as propostas estão: recuperar ao menos 3 milhões de hectares em Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais na Mata Atlântica; ampliar de 4% para 20% os rios com qualidade de água boa e para 80% os com qualidade regular; e assegurar que ao menos 10% dos diferentes ecossistemas costeiros e marinhos, como mangues, restingas e corais estejam abrigados em Unidades de Conservação.
Segurança Pública
Por meio do estudo ‘Segurança Pública é Solução’, o pesquisador David Marques aponta duas prioridades para solucionar problemas de segurança: reduzir e prevenir os crimes violentos e enfraquecer as estruturas do crime organizado.
Para isso, seria necessário: melhorar a gestão e organização, o que pressupõe a criação de um sistema eficiente para gerir a segurança pública no país; fim da impunidade, trazendo a ideia de tornar as polícias mais efetivas com planejamento, investindo em inteligência e fortalecimento da perícia; reestruturar o sistema prisional; atuar nas causas da violência e investir em programas de prevenção; atualizar a política de drogas; e por fim, regular e controlar o uso e venda de armas de fogo.