Por quê? No Brasil, brancos ganham 73,9% mais do que pretos e pardos
Pessoas brancas ganham mais mesmo quando comparadas a pessoas negras com o mesmo grau de instrução
O relatório Síntese de Indicadores Sociais – 2019, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma grande desigualdade salarial no Brasil. Em 2018, os brancos ganhavam, em média, 73,9% mais do que pretos ou pardos e os homens ganhavam, em média, 27,1% mais que as mulheres.
A separação por cor ou raça, assim como a diferenciação por sexo, é fundamental para o diagnóstico das desigualdades de rendimento no País. As atividades econômicas de menores rendimentos médios são as que proporcionalmente possuem mais ocupados de cor ou raça preta ou parda e pessoas do sexo feminino.
Classificando o controle pelo número de horas trabalhadas e pelo nível de instrução, a desigualdade nos rendimentos médios por cor ou raça continua expressiva. Em 2018, a população ocupada de cor ou raça branca recebia um rendimento-hora superior à população preta ou parda segundo qualquer nível de instrução, sendo a diferença maior no nível de instrução mais elevado, R$ 32,80 contra R$ 22,70, ou seja, 45,0% a mais para brancos.
Embora nem sempre a escolaridade seja associada ao nível de qualificação de uma ocupação, ela pode ser uma condição necessária para o seu exercício. Pressupõe-se que o nível de instrução é uma propriedade capaz de diferenciar as ocupações do ponto de vista do prestígio, da hierarquia e dos rendimentos. Em geral, a força de trabalho brasileira possui um baixo nível de instrução, uma vez que, em 2018, 41,3% dos ocupados não possuíam o ensino médio completo.