Brasil: 86 milhões estão no grupo de risco para a Covid-19
Estudo da Unifesp aponta que 54,5% dos adultos brasileiros apresentam ao menos um fator de risco para agravamento de quadros de Covid-19
Por: Mariana Lima
Um estudo brasileiro realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que a proporção de adultos sob risco de complicações por Covid-19 variou de 34% (53 milhões) a 54,5% (86 milhões) em todo o país.
O estudo, conduzido pelo epidemiologista e professor da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) Leandro Rezende, utilizou como base dados de 51.770 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE e o Ministério da Saúde, para chegar às suas estimativas.
A pesquisa visa esclarecer quantos adultos estão suscetíveis a complicações em caso de se contaminarem pelo novo coronavírus. Foram considerados na pesquisa apenas adultos maiores de 18 anos que apresentaram um ou mais fatores de risco, como a idade, doenças crônicas, obesidade ou tabagismo.
De acordo com o estudo, independentemente da idade, o número de adultos com pelo menos um fator de risco para a Covid-19 chegou a 47% entre adultos com menos de 65 anos, e a 51% em idosos (maiores de 65).
A pesquisa também utilizou outros recortes para construir o panorama proposto. Com base no documento, adultos que não concluíram o Ensino Fundamental estão mais propícios a estarem nos grupos de risco (80%). O índice cai para 46% em relação aos adultos que concluíram o Ensino Superior.
Um dos motivos para este quadro, apontado pelo estudo, é o fato de que pessoas com menor escolaridade possuem um nível socioeconômico mais baixo, além de terem menos acesso a recursos básicos para sobrevivência e qualidade de vida.
Um comparativo entre os estados revela que as regiões Sul e Sudeste representam a maioria da população no grupo de risco, sendo Rio Grande do Sul o estado com maior índice (58,4%), seguido de perto por São Paulo e Rio de Janeiro, com 58,2% e 55,8%, respectivamente.
Os menores índices registrados ficam com os estados na região Norte, como o Amapá (45,9%), Roraima (48,6%) e Amazonas (48,7%). A explicação proposta é de que as regiões Sul e Sudeste têm uma maior expectativa de vida, enquanto a região Norte tem menos acesso aos diagnósticos médicos.
Fontes: Carta Capital | Unifesp Notícias