Mortes de grávidas e bebês por Covid-19 aumentam no Brasil
O novo coronavírus já infectou pelo menos 484 grávidas no Brasil, desde o início da pandemia. 36 delas morreram em decorrência da Covid-19
Um levantamento da CNN Brasil junto ao Ministério da Saúde e a secretarias estaduais mostra que o novo coronavírus já infectou pelo menos 484 grávidas no Brasil, desde o início da pandemia. 36 delas morreram em decorrência da Covid-19, doença causada pelo vírus.
Foi o caso da esposa de Emerson Rebelo, Daise Cardoso Rebelo, de 34 anos. Quando faltavam apenas dois meses para a filha do casal nascer, Daise foi infectada pelo novo coronavírus.
Daise precisou passar por um parto prematuro, com 34 semanas de gestação. O objetivo era salvar as vidas de mãe e filha, fragilizadas pelo vírus. Infelizmente, ambas morreram. Primeiro a bebê, com apenas cinco dias de vida. Vinte dias depois, no dia 24 de maio, foi a vez de Daise.
Para Emerson, a saúde da esposa e da bebê se agravou porque houve demora no atendimento médico e negligência nas maternidades e em postos de saúde de Manaus, por onde a mulher passou.
Ele conta que, quando a esposa apresentou os primeiros sintomas da Covid-19, procurou dois postos de saúde e em nenhum ela foi encaminhada para um hospital e nem foram feitos exames específicos para detecção da doença.
A dona de casa Relnice Mafra viajou com a filha, a técnica de enfermagem Regivane Mafra, 28, de Tocantins, distante 870 quilômetros de Manaus, em busca de socorro médico. Regivane estava grávida de sete meses e, após apresentar sintomas da doença, a família procurou hospitais da cidade e só depois ela foi levada para uma maternidade de Manaus, após conseguir uma vaga em uma UTI aérea que tinha ido buscar outro paciente no município. Ela morreu no dia 20 de maio. O bebê também não sobreviveu.
O Brasil já tem mais de 400 mil casos e mais de 25 mil mortes causadas pela Covid-19. No momento, ocupa o segundo lugar no mundo em número de infectados pela doença, atrás apenas dos Estados, que registram mais de 1 milhão de infectados.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) diz que as implicações da infecção sobre a gestação ainda não são totalmente conhecidas. E aponta que a interrupção da gravidez pode ser necessária em casos graves para melhorar a oxigenação materna.
Fonte: CNN Brasil
Lázaro Roberto de Menezes
03/06/2020 @ 14:45
Realmente, o coronavírus não faz distinção de pessoas. Grávidas, tomem cuidado redobrado!