Brasil registrou um estupro a cada 8 minutos em 2019
Dados da edição 2020 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam o aumento da violência contra a mulher no último ano e a queda das denúncias durante a pandemia
Por: Mariana Lima
A edição de 2015 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontava para a ocorrência de um estupro a cada 11 minutos no país. Já a 14ª edição, com dados de 2019, aponta para o registro de um estupro a cada 8 minutos.
Em 2019, foram 66.123 boletins de ocorrência de estupro e estupro de vulnerável nas delegacias de polícia. A maior parte das vítimas é do sexo feminino (85,7%).
Em 84,1% dos casos, o criminoso era conhecido da vítima: familiares ou pessoas de confiança. É importante pontuar que 57,9% das vítimas tinham no máximo 13 anos. E 70,5% dos casos foram registrados como estupro de vulnerável.
Além disso, 18,7% das vítimas tinham entre 5 e 9 anos de idade, e 11,2% eram bebês de zero a 4 anos.
No último ano, houve um crescimento de 7,1% em relação aos casos de feminicídio. As vítimas, em sua maioria, eram negras (66,6%); tinham entre 20 e 39 anos (56,2%); e foram mortas pelo companheiros ou ex-companheiros (89,9%).
Sobre a violência doméstica, em 2019, uma agressão física era registrada a cada 2 minutos. Ao longo do ano, foram 266.310 ocorrências de lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica.
O Anuário também revelou um aumento da violência contra crianças e adolescentes. Entre as vítimas de assassinatos no país em 2019, 10,3% eram deste grupo. As vítimas eram do sexo masculino (91%) e negras (75%).
Dados de importunação sexual também foram incluídos no levantamento. O crime entrou no Código Penal em 2018.
No primeiro ano completo de vigência da lei, em 2019, foram registrados 8.068 casos de importunação sexual, levando a uma taxa de aproximadamente 6,6 vítimas para cada 100 mil habitantes.
A violência contra a mulher na pandemia
Os dados da 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública ilustram uma realidade já anunciada desde os primeiros meses da pandemia causada pela Covid-19: a violência de gênero cresceu, enquanto as denúncias diminuíram.
O estudo aborda de forma mais ampla os dados de 2019, mas aproveita para mostrar os impactos da pandemia registrados no primeiro semestre de 2020 em relação aos registros do ano anterior.
De acordo com o levantamento, houve um aumento de 1,9% nos feminicídios e de 3,8% nos chamados para atendimentos de violência doméstica realizados por meio do Disque 190 durante o primeiro semestre de 2020, em comparação ao mesmo período no ano passado.
Já o número de registros de violência doméstica registrados nas delegacias caiu 9,9% na mesma comparação. Ao todo, nos primeiros 6 meses de 2020, foram realizados 147.379 chamados ao 190 para atender ocorrências neste sentido, contra 142.005 nos primeiros meses de 2019.
As denúncias de lesão corporal também diminuíram, indo de 122.948 no primeiro semestre de 2019 para 11.791 em 2020.
Em relação ao total de casos de estupro registrados, houve uma queda de 22,9% na mesma comparação – de 33.019 casos em 2019, contra 25.469 em 2020. Os pesquisadores responsáveis reforçam que a queda não é positiva, pois é resultado das dificuldades para que as vítimas realizem as denúncias.
Fonte: Universa UOL | O GLOBO
Pérsio Moreira Domingos
01/06/2021 @ 21:01
Encontrei estas duas afirmações no artigo “Brasil registrou um estupro a cada 8 minutos em 2019”
1a
Em 2019, foram 66.123 boletins de ocorrência de estupro e estupro de vulnerável nas delegacias de polícia
2a
Em relação ao total de casos de estupro registrados, houve uma queda de 22,9% na mesma comparação – de 33.019 casos em 2019, contra 25.469 em 2020.
Não consegui entender qual a diferença entre “boletins de ocorrência de estupro” no primeiro parágrafo para “casos” no segundo.
Por favor não entendam mal sou professor de redação e o texto me pareceu confuso.