33 milhões passam fome e governo destrói programa de aquisição de alimentos
Levantamento mostra que o Brasil tem cerca de 33,1 milhões de pessoas passando fome, o dobro do número observado em 2020. Enquanto isso, programa de aquisição de alimentos do governo federal tem orçamento quase zerado
Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (08/06) mostra que o Brasil tem cerca de 33,1 milhões de pessoas passando fome, quase o dobro do número de pessoas em situação de fome estimado em 2020. Em números absolutos, são 14 milhões de pessoas a mais passando fome no país.
Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
Ao mesmo tempo que milhões de pessoas passam fome no país, o governo Bolsonaro destruiu e praticamente zerou o orçamento do principal programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar. Intitulada Alimenta Brasil, a ação é voltada para a compra da produção agrícola de famílias e doação de comida para pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Sem recurso, cooperativas encerraram suas atividades e projetos assistenciais reduziram a qualidade da comida oferecida para famílias carentes, crianças em creches e idosos em acolhimento.
A política, criada em 2003, era chamada até 2021 de PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). À época, foi modificada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no bojo da criação do Auxílio Brasil: ganhou o rótulo de Alimenta Brasil e perdeu parte dos critérios para distribuição, como a priorização de regiões onde os índices de pobreza são maiores, ao ter a maior parte do seu orçamento atrelado às emendas de relator — que dependem mais de vontade política do que de estudos técnicos, e que são distribuídas sem total transparência sobre quem indica o recurso e os motivos para isso.
Segundo dados da Conab (órgão do governo atrelado ao Ministério da Agricultura e um dos responsáveis pela execução do programa), o número de unidades recebedoras das doações de alimentos por parte do programa caiu de 17 mil em 2012 para 2.535 em 2020 (dado mais recente disponível). Já o total de fornecedores (famílias produtoras) passou de 128.804 em 2012 para 31.196 em 2020.
“O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990”, destacou a rede PENSSAN ao divulgar o resultado onde mostra que mais de 33 milhões de pessoas passam fome no país. O levantamento anterior havia apontado que o cenário da fome no país remontava ao que era observado em 2004.
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