4 em cada 10 pessoas não conseguem trabalho devido à distância
Pesquisa aponta que 42% dos usuários de transporte público no país têm dificuldades para arrumar emprego por causa do número de conduções necessárias para chegar ao trabalho
Por Ana Clara Godoi
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, aponta que 42% dos usuários de transporte público têm dificuldade em arrumar emprego devido ao número de conduções necessárias para chegar ao local de trabalho.
Entre os usuários que destacaram o uso dos meios de transportes públicos no dia a dia, 56% pegam duas conduções para chegar a trabalho. Outros 23% tomam mais de três. Os usuários esperam, em média, 23,7 minutos no ponto de ônibus ou estação de trem e metrô, podendo esperar de 15 a 30 minutos (40%).
Os brasileiros que moram nas capitais passam cerca de duas horas por dia no trânsito para ir ao trabalho, escola, faculdade, ou fazer compras. Esse tempo equivale a 21 dias por ano. Segundo os entrevistados, 28% levam de 30 minutos a 1 hora por dia no trânsito. Outros 32% levam de 1 a 2 horas.
É comum para 80% dos entrevistados deixar de fazer algumas atividades, como compras (25%), trabalho (23%), atendimentos de saúde (23%) e lazer (44%), devido as dificuldades de locomoção.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o desenvolvimento econômico e social de uma região está diretamente conectado à mobilidade urbana. “Por exemplo, o tempo que um trabalhador passa no trânsito impacta diretamente no seu bem-estar e sobre sua produtividade”, explica.
Os ônibus prevalecem como meio de transporte mais utilizado por 36% dos entrevistados. Os carros ficam em segundo lugar, com 22%. Quando questionados sobre a avaliação do trânsito de suas cidades, apenas 10% dos entrevistados consideram bom ou ótimo; 58% consideram ruim ou péssimo e 32% consideram regular.
O tempo médio gasto no trânsito caiu 19% na comparação com o levantamento de 2017, em reflexo ao período de pandemia. Agora, os funcionários (17%) que trabalham em sistema híbrido utilizam os meios de transporte para ir às empresas pelo menos duas vezes por semana.
A superlotação dos transportes públicos (45%), o aumento do preço dos combustíveis (44%) e das tarifas (40%), os congestionamentos (32%) e os acidentes de trânsito (16%) são os principais motivos para 68% dos entrevistados desejarem continuar na modalidade híbrida.
Fonte: G1
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