A cada 100 brasileiros ocupados, só 14 fazem home office na pandemia

Até novembro de 2020, 72,9 milhões de brasileiros trabalhavam de forma presencial na pandemia, contra 11,8 milhões em caráter de home office ou afastados

Por: Mariana Lima

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentados por meio do Projeto Acesso a Oportunidades, indicam que a cada 100 brasileiros ocupados, 86 trabalham presencialmente em meio à pandemia.

Até novembro de 2020, 72,9 milhões de pessoas estavam trabalhando de forma presencial, contra 11,8 milhões em caráter remoto ou afastadas.

Neste cenário, os mais pobres e periféricos estão mais expostos à pandemia, uma vez que precisam sair mais vezes de casa para trabalhar, além de passarem mais tempo no trajeto até o trabalho.

Em Belo Horizonte, por exemplo, a metade mais pobre da população tem acesso, em média, a 37% dos locais de trabalho a uma hora de ônibus ou menos. Já em Recife, apenas 15,5% têm acesso aos locais de trabalho que estão acessíveis neste mesmo período de tempo.

Porto Alegre é outro exemplo deste cenário. No bairro popular da Restinga, uma viagem de 30 minutos de ônibus leva um morador a apenas 0,5% dos locais de trabalho da cidade.

Com o mesmo tempo, um habitante do Moinhos de Vento, bairro de classe alta, consegue chegar a 43,4% dos locais de trabalho do município.

E a jornada dos mais pobres continua desigual também para chegar ao serviço de saúde. Em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, entre os 10% mais ricos, 65% estão a 30 minutos ou menos de caminhada de uma Unidade Básica de Saúde.

Já entre os 10% mais pobres da cidade, apenas 34% estão a menos de meia hora do atendimento básico de saúde.

Na periferia Oeste do Rio, 21% da população está a 30 minutos ou mais de caminhada de uma Unidade Básica de Saúde. Já na periferia Leste de São Paulo, só 1% da população passa pela mesma situação.

Em Brasília, 67% da população vulnerável mora a 15 km ou mais de uma UTI. Na cidade de Manaus, 22% da população mais vulnerável mora a 15 km ou mais de uma UTI.

Fonte: =Igualdades | Revista Piauí