A freira baiana morta por portugueses que não aceitavam a independência do Brasil
Joana Angélica de Jesus morreu aos 60 anos atingida por um golpe de baioneta quando resistia à invasão pelas tropas portuguesas ao Convento da Lapa, em Salvador. Tornou-se assim, a primeira heroína da Independência do Brasil.
Joana Angélica de Jesus foi uma religiosa, freira baiana pertencente à Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e mártir da Independência brasileira.
Nascida durante o período colonial, morreu aos 60 anos atingida por um golpe de baioneta quando resistia à invasão pelas tropas portuguesas ao Convento da Lapa, em Salvador. Tornou-se assim, a primeira heroína da Independência do Brasil.
A freira ficou conhecida como a autora da famosa frase: “Para trás, bandidos! Respeitai a casa de Deus! Só entrarão passando por cima do meu cadáver!”.
Os soldados do brigadeiro Madeira de Melo – chefe do Exército português que combatia, na Bahia, as milícias brasileiras pró-independência -, antes de invadirem o Convento da Lapa, por volta das 11 horas de 20 de fevereiro de 1822, já haviam saqueado tudo o que encontraram pelo caminho naquela manhã.
O ato criminoso calou fundo na alma da Bahia. Homens atrozes contra religiosas indefesas. Filho da terra algum poderia digerir tamanha desumanidade.
A versão portuguesa do trágico episódio alega que agentes pró-independência haviam se escondido no convento e atirado nos soldados de dentro do edifício. Historiadores brasileiros, contudo, afirmam que as tropas lusitanas invadiram diversos locais, praticando roubos e até mortes, com o pretexto de que tiros haviam sido disparados de dentro desses espaços, o que teria justificado as violentas represálias.
Apesar da inclemência com que os militares trataram a líder religiosa, acabaram poupando as outras freiras, que, aos prantos, foram autorizadas pelo comandante da operação a serem transferidas para o Convento da Soledade, nas proximidades da região.
Conhecida principalmente pelo ato de bravura final de sua vida, Joana Angélica tem hoje sua imagem reconstruída por historiadores que pontuam sua importância também como mártir da fé. Infelizmente é pouco lembrada na data de comemoração da Independência do Brasil e também ficou de fora dos livros de história.
Fonte: Wikipédia e Aventuras na História