Artesãs de comunidades rurais e quilombolas criam joias sustentáveis
As ‘biojoias’ são fruto de um programa que leva o empreendedorismo para artesãs de regiões do extremo sul da Bahia por meio de aulas virtuais
Por: Mariana Lima
Em meio a pandemia, o projeto “Arte Solidária Michelin Ouro Verde” surgiu para levar o empreendedorismo e a comercialização até áreas de difícil acesso no sul da Bahia.
Com aulas virtuais, o programa atua na promoção do aprimoramento de técnicas de criação de biojoias entre comunidades quilombolas e rurais na região de Nilo Peçanha.
A iniciativa é resultado da parceria entre a designer amazonense Maria Oticica e a fabricante de pneus que dá nome ao projeto.
A empresa de pneus atua há 20 anos no sul do estado, mas foi em 2017 que Maria Oticica conheceu a reserva Ouro Verde. Ela cria biojoias com elementos da natureza há 18 anos e se conectou com o local devido a história do pai, que era seringueiro na Amazônia.
Após este contato, Maria criou a coleção “Origens” como uma maneira de resgatar as suas raízes e iniciou uma parceria com a Michelin para promover um projeto maior na região.
Com a parceria estabelecida, o objetivo do projeto era promover o desenvolvimento de um modelo autossustentável que conciliasse a conservação e o uso consciente dos recursos naturais, além da geração de benefícios sociais e de renda por meio da captação das comunidades locais.
Ainda em março, o projeto foi apresentado às comunidades e a empresa identificou as interessadas em participar, atendendo a alguns critérios do projeto, como o engajamento comunitário e a disponibilidade de matéria-prima.
Assim, as primeiras comunidades que participaram do projeto forma das regiões de Jatimane e Tabocas, em parceria com uma ONG local.
Inicialmente, o projeto deveria funcionar presencialmente, mas com a pandemia do novo coronavírus o modelo precisou passar por uma adaptação.
Desta forma, as artesãs que participam das oficinas estão recebendo os conteúdos por meio de uma série de vídeos.
As oficinas abordam técnicas de beneficiamento de sementes, furação, corte, polimento, tingimento e montagem. Além disso, as participantes aprendem sobre empreendedorismo e comercialização.
Uma ONG local parceira faz a ponte entre empresa e mulheres, facilitando o intercâmbio das informações e acesso à internet.
Para promover uma maior adesão entre as mulheres, os vídeos são curtos e sempre terminam com um estímulo à produção local.
O projeto ainda prevê a cocriação de uma coleção, que será comercializada nas lojas da designer, abrindo mais uma nova frente de mercado para o trabalho das artesãs.
A meta da iniciativa é inspirar as artesãs a criarem para que assim possam estar prontas para a retomada da economia.
Fonte: ECOA | UOL
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