Brasil bate recorde de desigualdade de renda em 2019, segundo a FGV
Pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social foram as mais impactados pela crise econômica no país
Por: Isabela Alves
A desigualdade de renda no Brasil atingiu, no primeiro trimestre de 2019, o maior patamar já registrado.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), o índice que avalia o nível de desigualdade na renda do trabalho per capita no Brasil vem subindo consecutivamente desde 2015, e em março deste ano atingiu o maior patamar desde o começo da série, iniciada em 2012.
O indicador utilizado neste estudo é o Gini. Ele monitora a desigualdade de renda em uma escala de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo do 1, maior é a desigualdade. No primeiro trimestre deste ano, o Brasil ficou com 0,6257.
Ainda, o levantamento ressalta que pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social foram as mais impactadas pela crise econômica no país. Inclusive, os mais pobres estão demorando mais para se recuperar em comparação com a população mais rica.
Antes da crise (de 2012 a 2015), os mais ricos tiveram aumento de 5% da renda acumulada, enquanto os mais pobres ficaram com 10%. Depois da crise, os mais ricos tiveram o aumento de 3,3% da renda acumulada, enquanto os mais pobres sofreram com uma queda de mais de 20%. Por fim, desde 2012, a renda acumulada dos mais ricos aumentou 8,5%, enquanto a dos mais pobres caiu 14%.
O estudo finaliza com a conclusão de que a lenta recuperação do mercado de trabalho fez com que os profissionais com melhores qualificações se destacassem, mas isto só fez com que a desigualdade se aprofundasse ainda mais. Ainda, esse cenário contribuiu para que muitos trabalhadores desistissem de procurar emprego.
Para saber mais sobre a pesquisa, clique aqui.
Lucimary Passos
28/05/2019 @ 12:43
Indignidades a céu aberto…