Brasil vive o maior retrocesso de liberdade de expressão do mundo
Relatório da Artigo 19 também revelou que 3,9 bilhões de pessoas no mundo vivem sob crise de liberdade de expressão
Por: Isabela Alves
O Brasil vive o maior retrocesso de liberdade de expressão do mundo e passou a ser classificado como um país onde existe “restrição” para esse direito. A afirmação é relatório ‘The Global Expression Report’, divulgado pela Artigo 19.
Em 2009, o Brasil somava 89 pontos em uma escala de zero a 100 no que se refere aos critérios de liberdade de expressão. Neste ano, o país obteve apenas 46 pontos e ocupa a 94ª posição, entre 161 países avaliados.
A queda de 43 pontos do Brasil foi a mais significativa do mundo, seguida pela da Índia, Nicarágua e Ucrânia. Um dos principais motivos para a classificação atual foram os ataques à imprensa por parte de população e governo do país.
O ranking é dividido em cinco categorias: países que pontuam entre 0 e 19 são classificados como “em crise”. Os que possuem uma taxa entre 20 e 39 pontos são definidos como países com “com alta restrição”. Em terceiro, estão os países com restrição nas garantias deste direito, com uma pontuação de 40 a 59.
Em seguida, aparece a categoria de países “em restrição parcial (entre 60 e 79 pontos)”. Já no grupo de elite estão países como Dinamarca, Suíça, Noruega e Canadá, considerados como “abertos”. Nesse grupo também estão Uruguai, Chile, Argentina e Estados Unidos.
O relatório ainda revelou um dado alarmante: atualmente, 3,9 bilhões de pessoas no mundo vivem sob crise de liberdade de expressão. Na prática, mais da metade da população mundial vive em um país onde a condição de ser livre para se expressar passa por um estado de crise. Esse foi o pior resultado em 20 anos.
A queda foi puxada por restrições crescentes em países com grandes populações, como China, Índia, Turquia, Rússia, Bangladesh e Irã.