Crianças órfãs e mães solo na tragédia do RS: como estão?

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A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul deixou crianças órfãs e mães solos em situação de vulnerabilidade, necessitando de auxílio financeiro e psicológico para se reerguerem.

Foto: Imagem ilustrativa/ Brasil com S.

Por Redação

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o final de abril deixaram um rastro de destruição, separando famílias e provocando uma crise humanitária sem precedentes. Muitas crianças foram levadas para abrigos, onde acabaram separadas de seus responsáveis. Em entrevista para o podcast “O Assunto“, o presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares do estado, Jeferson Leon Machado da Silva, explicou que um principais desafios tem sido a identificação das crianças e a reunificação com seus responsáveis, que muitas vezes estão em abrigos diferentes. Em cidades como Canoas e Porto Alegre, um fluxo foi criado para facilitar esse processo, mas a falta de documentação e a confusão generalizada complicam ainda mais a situação.

A situação se agrava para as mães solo, que já enfrentam dificuldades significativas na criação de seus filhos. De acordo com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), em 2022, mais de 2.500 crianças foram registradas apenas com o nome da mãe, o maior percentual desde 2018. Esse dado revela a vulnerabilidade dessas famílias, que agora enfrentam ainda mais desafios devido à tragédia. A perda de bens, documentos e, em alguns casos, dos próprios lares, coloca essas mulheres em uma posição de extrema fragilidade.

Para que essas famílias possam se reerguer, é crucial que recebam apoio adequado e direcionado. O governo federal estabeleceu o Auxílio Reconstrução para ajudar as famílias afetadas, contemplando 369 municípios gaúchos. As famílias elegíveis precisam confirmar seus dados no sistema do governo para receber o benefício. A agilidade na correção de possíveis erros de cadastro, como CPF ou endereço, é essencial para que o auxílio chegue rapidamente às mãos de quem mais precisa. Esse apoio financeiro é um passo importante, mas não suficiente para garantir a recuperação completa dessas famílias.

Além do auxílio financeiro, a necessidade de acompanhamento psicológico é vital. Crianças que passaram por traumas como a separação de seus responsáveis e a perda de suas casas podem desenvolver problemas emocionais graves se não receberem o suporte adequado. Da mesma forma, mães solos, que já carregam uma carga emocional pesada, necessitam de apoio psicológico para lidar com o estresse e a ansiedade exacerbados pela tragédia. Programas de atendimento psicológico gratuito ou subsidiado, oferecidos pelo governo ou por organizações não governamentais, são essenciais para promover a recuperação emocional dessas famílias.

A tragédia no Rio Grande do Sul deixou muitas famílias, especialmente aquelas chefiadas por mães solos, em uma situação de extrema vulnerabilidade. A reunificação das crianças com seus responsáveis, o acesso ao Auxílio Reconstrução e o acompanhamento psicológico são passos fundamentais para a recuperação dessas pessoas. A união de esforços do governo, organizações sociais e da comunidade é crucial para que essas famílias possam reconstruir suas vidas com dignidade e esperança.


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