Desigualdade na capital paulista: um estudo sobre pobreza e renda

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A pesquisa “Viver em São Paulo: Pobreza e Renda”, realizada pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Sesc, Instituto Cidades Sustentáveis e o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), analisa percepções sobre pobreza, renda e desigualdade na cidade. Dados apontam a necessidade de políticas públicas voltadas à moradia, emprego e assistência social.

Foto: Adobe Stock.

Por Redação

A pesquisa “Viver em São Paulo: Pobreza e Renda” foi realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Sesc, Instituto Cidades Sustentáveis e o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC). O estudo tem como objetivo levantar as percepções dos moradores de São Paulo sobre questões relacionadas à pobreza e à renda na cidade.

A pesquisa envolveu 800 entrevistas, utilizando uma amostra desproporcional para permitir a análise detalhada por regiões da cidade. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas online e domiciliares com um questionário estruturado, abrangendo moradores do município com 16 anos ou mais. O período de campo ocorreu entre 1º e 18 de dezembro de 2023.

Entre os principais achados, a pesquisa destaca que, apesar de ter registrado o menor percentual desde 2021, a percepção de aumento no número de pessoas em situação de rua, fome e pobreza na capital paulista ainda é alta. Este cenário é atribuído ao aumento do desemprego e ao alto custo de vida, incluindo alimentação e contas básicas. A pesquisa também identificou um aumento no número de favelas e de pessoas pedindo esmolas, o que perpetua a desigualdade social e intensifica situações de preconceito e discriminação em espaços públicos e comerciais.

Em relação às ações a serem adotadas pelo poder público, a população paulistana aponta a necessidade de priorizar políticas públicas voltadas à moradia, capacitação profissional e assistência social, como projetos de renda mínima. As ações na Cracolândia, por outro lado, são vistas como pouco eficazes, com a população sugerindo a urgência no combate ao tráfico de drogas e na construção de unidades de saúde especializadas para os usuários dentro da própria região.

Sobre a renda, a pesquisa revelou que, embora a sensação de estabilidade seja predominante, há uma queda contínua na parcela da população que declara diminuição dos rendimentos desde 2021. Mais de 4 milhões de paulistanos recorreram a atividades extras para complementar a renda familiar. Os gastos com alimentação continuam a representar o maior impacto no orçamento doméstico, sendo a carne o item mais cortado da dieta. A classe DE é a mais afetada, com uma redução significativa no consumo de alimentos básicos e itens essenciais.

Os resultados da pesquisa, ponderados para refletir o perfil real da população paulistana, têm uma margem de erro estimada em 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.

Essa pesquisa apresenta dados relevantes para discutir assuntos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda ONU, especialmente com o ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e ODS 10 (Redução das Desigualdades).


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