Instituto Ponte: para que jovens em vulnerabilidade ascendam socialmente
Por meio da educação, o Instituto Ponte trabalha com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social com potencial acadêmico há oito anos; a organização já impactou mais de 250 jovens
Por Iara de Andrade
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), seriam necessárias nove gerações para que os descendentes de um brasileiro entre os 10% mais pobres atingissem o nível médio de rendimento do país.
Iniciativas como as do Instituto Ponte (IP) querem propor uma mudança nessa realidade. Atuando desde 2015 para que jovens em vulnerabilidade ascendam socialmente em uma geração, o Instituto oferece bolsas, apoio pedagógico para organizações de aprendizado e para a melhoria do desempenho escolar, além de trabalho com as habilidades socioemocionais como a autoestima, a perseverança e na superação de dificuldades.
Alunos do 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental ou cursando a 1ª e a 2ª série do Ensino Médio, com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por membro da família, rendimento escolar superior a 70% em Língua Portuguesa e Matemática e assiduidade nas aulas acima de 90%, estão no radar da instituição que já impactou mais de 250 jovens.
Este ano, são 226 alunos, sendo 110 bolsistas com 100% de desconto nas cinco escolas mais bem avaliados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Em entrevista ao portal do Observatório do Terceiro Setor, Bartira Almeida, fundadora e presidente do Instituto Ponte, lembra histórias como a de Larah Dias, que chegou ao instituto aos 13 anos sonhando em ser médica:
“Algo que parecia muito distante para sua realidade, filha de trabalhador rural de Vitória e uma auxiliar administrativa, no Espírito Santo. Com apoio do IP, cursou o ensino médio com bolsa de estudo integral em uma escola de excelência e conquistou, já na 1ª tentativa, a tão sonhada vaga em Medicina, na Unicamp, considerada uma das melhores universidades do país e da América Latina”.
Processo Seletivo
As inscrições para novas turmas acontecem sempre em março e o processo seletivo tem duração de cinco meses. A seleção inclui inscrição online, prova presencial (ou online), vídeo de habilidades, avaliação psicológica e entrevista individual e familiar, vídeo da casa onde mora, entrega de documentos e, por fim, aula teste.
Todo o dinheiro arrecadado pela entidade chega através de doações, tanto de pessoas físicas, quanto jurídicas. Qualquer valor mensal pode ser doado, mas também existe uma opção por cota e um formato de contribuição para empresas.
Acesse o site e saiba mais sobre o trabalho dessa organização do Terceiro Setor voltada para jovens em vulnerabilidade com potencial acadêmico.