Intolerância religiosa: o massacre de crianças e mulheres em igreja no Brasil
Em 1645, invasores holandeses massacraram católicos em duas cidades na região onde hoje fica o Rio Grande do Norte. Das vítimas, 30 foram canonizadas pelo papa Francisco em 2017. Um dos mortos era um bebê de apenas dois meses
O massacre de Cunhaú, ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar, é considerado um dos mais trágicos da história do Brasil.
A cultura religiosa nas cidades de São Gonçalo do Amarante e Canguaretama, no interior do Rio Grande do Norte, está fortemente ligada à figura dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, também conhecidos como Protomártires do Brasil.
Os Protomártires do Brasil foram cristãos martirizados nos dois municípios em 1645, em decorrência das invasões holandesas no Brasil. Os holandeses invasores queria que todos se convertessem ao movimento protestante que eles defendiam, o calvinismo. Mais de 80 fiéis da Igreja Católica foram mortos; destes, 30 foram canonizados pelo papa Francisco em 2017.
A lista de novos santos inclui um total de 25 homens, entre eles dois padres, e cinco mulheres. Eram 16 adultos, 12 jovens e duas crianças – a mais nova, o bebê de dois meses de idade.
Em 1645, o estado do Rio Grande (católico) era dominado pelos holandeses (calvinistas). Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, chegou ao engenho no dia 15 de julho daquele ano. No dia seguinte, como de costume, os fiéis se reuniram para celebrar a eucaristia e foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias. O padre André de Soveral, começou a cerimônia. Depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da capela foram fechadas, dando-se início à violência ordenada por Jacob.
Os colonizadores teriam perseguido e assassinado adeptos da religião católica que não aceitaram virar calvinistas. Na mesma época em que, por meio da Inquisição, a Igreja Católica ainda perseguia, julgava e punia acusados de heresia.
Em 3 de outubro de 1645, três meses depois do massacre de Cunhaú, aconteceu outro, desta vez na comunidade de Uruaçu, este também a mando de Jacob Rabbi.
Logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou. A população ficou receosa, pois tinha medo de novos ataques. No massacre de 3 de outubro, foram cenas idênticas, no entanto, com mais crueldade. 80 pessoas viraram alvos em outra Igreja: às margens do rio Uruaçú, foram despidas e assassinadas por não terem se convertido ao protestantismo. Nem crianças foram poupadas do ataque. Uma delas, com dois meses de vida, foi uma das vítimas, junto com uma irmã e o pai.
Os mártires são lembrados em duas datas, no dia 16 de julho em Canguaretama, e dia 3 de outubro em São Gonçalo do Amarante.
Infelizmente, a intolerância religiosa faz vítimas até hoje. Vários grupos extremistas invadem cidades, aldeias e templos até hoje ao redor do mundo, fazendo milhares de vítimas.
Em 2018, o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) recebeu 506 denúncias de intolerância religiosa, no Brasil. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Fontes: BBC Brasil, Wikipédia e G1
CLAUDIO ROBERTO PULSZ SCHUNK
02/07/2020 @ 20:33
Ir contra o Supremo Tribunal Federal é querer agir fora da lei para prejudicar os mais pobres e indefesos para favorecer-se deles. Deseja-se acabar com a lei para acabar com a liberdade posteriormente.