Justiça climática: eventos climáticos extremos evidenciam desigualdade social

Direitos Humanos
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O Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) apoia projetos que lutam por justiça climática. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, pessoas de baixa renda e em situações de vulnerabilidade são as mais expostas aos problemas associados às mudanças climáticas.

Fonte: Canva

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, as pessoas inseridas em diferentes contextos de desigualdade, como a social, econômica e racial, são as mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas e tragédias ambientais. Apenas em 2023, no Brasil, houveram mais de 1.161 eventos climáticos atípicos e extremos registrados, segundo dados do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden). Neste contexto, o conceito de justiça climática passou a ganhar ainda mais visibilidade em debates pautados por organizações sociais e órgãos públicos.

Em uma cúpula do G77 + China, realizada em Cuba no mês de setembro de 2023, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu para o grupo dos 77 países em desenvolvimento e a China lutarem por justiça climática. “O mundo precisa de justiça climática assim como precisa de justiça financeira”, afirmou o Guterres.

O termo justiça climática é utilizado para retratar a luta por igualdade em relação ao enfrentamento dos impactos causados pelas mudanças climáticas e eventos extremos. Afinal, as pessoas em situação de vulnerabilidade financeira e social são as mais atingidas nestes cenários extremos, mesmo que elas tenham, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, uma participação menor nas emissões de CO? (dióxido de carbono), um dos principais causadores das mudanças climáticas.

A tragédia ambiental ocorrida no Rio Grande do Sul, em maio, também evidencia este cenário de desigualdade. De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório das Metrópoles, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), as áreas mais pobres foram as mais atingidas pelas cheias em Porto Alegre e região. 

Reconhecendo estes problemas de desigualdade, iniciativas públicas e privadas, assim como diversas organizações do terceiro setor, estão apoiando a luta por justiça climática. O Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), fundo privado de interesse público, tem auxiliado no fortalecimento de coletivos socioambientais e lideranças comunitárias que estão na linha de frente para regenerar os territórios afetados por tragédias ambientais e eventos climáticos extremos.

Um dos movimentos apoiados pelo FunBEA é a União dos Atingidos, que surgiu em São Sebastião(SP), no ano passado, quando as fortes chuvas atingiram o Litoral Norte paulista, causando deslizamentos, inundações e mortes. Segundo o FunBEA parte expressiva do valor arrecadado foi disponibilizado pela instituição internacional Global Fund Community Foundations, que já é apoiadora do fundo desde 2022.

O FunBEA é um fundo privado de interesse público que mobiliza recursos e reúne projetos, redes e movimentos socioambientais com o intuito de construir uma sociedade justa e sustentável. O fundo é formado por um grupo de ativistas socioambientais que utilizam a educação ambiental como um caminho de transformação. Este trabalho do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental, voltado à pauta de justiça ambiental, contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, em particular o ODS 10 (redução das desigualdades), ao trabalhar para reduzir as desigualdades existentes no interior dos países e entre países.


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