Levantamento destaca falta de apoio para ONGs brasileiras

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Um estudo realizado pela Iniciativa PIPA e Phomenta em 2023 revela que 40% das ONGs no Brasil dependem exclusivamente do apoio comunitário.

Foto: Imagem ilustrativa/ Brasil com S.

Por Redação

Em um estudo realizado pela Iniciativa PIPA e Phomenta em 2023, foi constatado que 40% das ONGs no Brasil recebem ajuda apenas de sua comunidade, sem apoio direto de grandes empresas e do poder público. Esse dado reflete um desafio significativo para as organizações que atuam em áreas vulneráveis, especialmente considerando que a distribuição de recursos pela Lei Federal de Incentivo ao Esporte é desigual: a região Sudeste recebe quase 69% do montante investido, enquanto o Nordeste fica com menos de 8,46%, e as regiões Norte e Centro-Oeste recebem apenas 2,51% e 3,01%, respectivamente.

Alceu de Campos Natal Neto, diretor-geral do Instituto Futebol de Rua e idealizador da Rede CT – Capacitação e Transformação, enfatiza a necessidade de um olhar mais abrangente e equitativo para todas as regiões do Brasil. “O Brasil é um país de dimensões continentais e cada região tem seu povo e suas peculiaridades, mas é necessário entender que somos um só país e precisamos olhar para todas as direções. É necessário, e rápido, investir para desenvolver ainda mais as populações do Centro-Oeste, Norte e Nordeste para poderem contribuir cada vez mais com o país”, afirma Neto. Segundo ele, o esporte é um dos caminhos mais eficazes para essa transformação.

Para Neto, o impacto positivo do esporte vai além da atividade física, influenciando diretamente a redução da evasão escolar e a formação de vínculos familiares e sociais. “Um dado que nos ajuda a ter essa clareza foi divulgado em 2021 pelo escritório brasileiro da Unesco, que afirma que onde existem programas de apoio ao esporte para crianças e adolescentes observa-se uma queda anual de 30% da criminalidade. O impacto é também sentido na diminuição dos índices de consumo de drogas e violência. Isso pode ser observado com mais veemência em áreas que sofrem com a vulnerabilidade socioeconômica”, destaca.

O executivo avalia que muitos projetos, apesar de seu valor inestimável para as comunidades locais, não são reconhecidos pelas grandes empresas ou pelo poder público. “Assim como em diversas outras atividades, o esporte é uma prática capaz de promover não apenas saúde e qualidade de vida física e mental, mas inclusão e desenvolvimento. Para isso, é necessário, então, que ideias assim recebam mais apoio, tanto do poder público quanto da iniciativa privada, para que projetos consigam abraçar mais crianças e adolescentes em cidades do interior, longe das capitais, locais onde mais se encontram pessoas em vulnerabilidade”, explica Neto.

A Rede CT – Capacitação e Transformação, apoiada pelo Instituto Futebol de Rua, Nexo Investimento Social e Rede Igapó, com patrocínio do Itaú, é uma iniciativa que capacita empreendedores sociais esportivos para utilizar a Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Com a meta de capacitar 300 OSCs e mentorear outras 120, a Rede CT busca fortalecer o papel do esporte como agente de transformação social nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, especialmente em cidades do interior e entre populações vulneráveis. Esta iniciativa está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo educação de qualidade, redução das desigualdades e promoção da paz e justiça social.


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