Mapa da Desigualdade: diferenças entre ricos e pobres voltam a crescer
Mapa da Desigualdade de São Paulo mostra que moradores de bairros ricos vivem 22 anos a mais do que moradores de periferias, que concentram mais violência e menos acesso a direitos básicos
Por: Juliana Lima
Na última semana, dois estudos inéditos e relevantes sobre a desigualdade no Brasil foram publicados. O primeiro foi realizado pelo Insper e mostra que a desigualdade de renda no país caiu de forma ininterrupta entre 2002 e 2015, voltando a aumentar em 2016 e 2017, mas para um nível ainda menor do que no começo do milênio. O outro foi o Mapa da Desigualdade da cidade de São Paulo, que mostrou as diferenças entre moradores de bairros ricos e de bairros periféricos estão presentes em todos os aspectos da vida – e da morte.
O Mapa da Desigualdade de São Paulo é realizado pela Rede Nossa São Paulo e divulgado anualmente desde 2012. Por ser uma das pesquisas mais completas ao trazer indicadores de várias áreas da administração pública sobre todos os 96 distritos da capital mais rica e populosa do país, é considerada de grande relevância para ilustrar a desigualdade brasileira. No programa Brasil Cidadão desta semana, o Observatório do Terceiro Setor analisará o mapa com maior profundidade.
Perfil da população
Em São Paulo, os bairros periféricos possuem uma maior concentração populacional bem como as maiores taxas de população preta e parda. O Jardim Ângela, na periferia da zona sul, por exemplo, possui uma taxa de 60,1% da população preta e parda, enquanto o bairro de Moema, também na zona sul mas em área nobre, possui 5,8%.
Taxa de mortalidade
Talvez o indicador mais gritante de todo o mapa, a taxa de mortalidade diz respeito à vida geral da população paulistana. Quem mora em bairros nobres da cidade de São Paulo vive, em média, 22 anos a mais do que moradores da periferia. Um morador do Alto de Pinheiros, na zona oeste, por exemplo, tem uma expectativa de vida média de 80,9 anos. Já na Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista, a média cai para 58,3 anos.
Covid-19
Em 2020, outro aspecto analisado pelo Mapa da Desigualdade foi a mortalidade pela covid-19. O pior bairro nesse quesito foi o Parque do Carmo, na zona leste, com uma média de 23,4% de mortes por covid em relação ao
total de óbitos.
Piores bairros e outros indicadores
O Mapa da Desigualdade também analisou outros indicadores como: a densidade domiciliar, o número de favelas por distrito, a oferta de emprego formal, a remuneração do trabalhador, o acesso ao transporte público, mortes no trânsito, o acesso à internet, a violência contra a mulher e o feminicídio, a violência racial, a violência contra a população LGBTQIA+, as mortes por intervenção policial, a cobertura de atendimentos de saúde, as matrículas no ensino básico na rede pública, o abandono escolar, o acesso à cultura e ao esporte, e à coleta de lixo.
Dos dez bairros que mais aparecem com os piores índices de educação, saúde, habitação e mobilidade, sete estão na periferia: Iguatemi, Parelheiros, Jardim Ângela, Brasilândia, Marsilac, Perus e Lajeado. Já entre os bairros com melhores índices, nenhum está na periferia da cidade. São eles: Moema, República, Vila Mariana, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros e Santo Amaro.
Para ter acesso ao material completa do Mapa da Desigualdade, acesse o site da Rede Nossa São Paulo.
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Fonte: Folha de S. Paulo e G1.
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