Pantanal teve a maior quantidade de focos de incêndio já registrada desde 1988

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O Pantanal teve a maior quantidade de focos de incêndio já registrada no primeiro semestre desde 1988, quando as queimadas começaram a ser monitoradas por satélites pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).  Entre 1º de janeiro e 23 de junho deste ano, foram detectadas 3.262 queimadas, um número 22 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado (+2.134%), segundo dados do instituto. O recorde anterior era do primeiro semestre de 2020, quando foram contabilizados 2.534 focos.

Imagem: Adobe Stock

O Pantanal teve a maior quantidade de focos de incêndio já registrada no primeiro semestre desde 1988, quando as queimadas começaram a ser monitoradas por satélites pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Entre 1º de janeiro e 23 de junho deste ano, foram detectadas 3.262 queimadas, um número 22 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado (+2.134%), segundo dados do instituto. O recorde anterior era do primeiro semestre de 2020, quando foram contabilizados 2.534 focos.

De acordo com especialistas, o aumento das queimadas no Pantanal em 2024 está ligado principalmente à crise climática, uma vez que o bioma enfrenta seca severa. As chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses de 2024 foram insuficientes para transbordar os rios e conectar lagoas e o rio Paraguai, principal rio do bioma, que teve níveis baixos para esta época do ano.

“Uma combinação de fatores tem colaborado para o aumento das queimadas no Pantanal. Podemos destacar as alterações climáticas, o desmatamento na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, além da atuação do El Niño, que traz um período mais seco para as regiões do Centro-Oeste brasileiro. Todos esses elementos afetam diretamente o ciclo de chuvas e o acúmulo de água no território”, afirma Cyntia Santos, analista de Conservação do WWF-Brasil.

Além das mudanças climáticas, as queimadas estão associadas à ação humana no Cerrado, devido à interconexão entre os biomas. O desmatamento no Cerrado do Planalto, onde estão as cabeceiras dos rios que abastecem a Planície Pantaneira, contribui para a seca extrema no Pantanal.

A ONG SOS Pantanal já tinha alertado com dados sobre uma possível nova tragédia. A ONG cruzou dados sobre o bioma de diferentes instituições para reforçar o alerta sobre o risco de nova tragédia com queimadas, como verificado em 2020. Um dos pontos destacados é o aumento superior a 1000% em relação ao ano passado.

A ONG pede que a declaração de escassez hídrica siga até 31 de outubro de 2024, para permitir ações emergenciais e a articulação entre diferentes órgãos na gestão eficiente dos recursos hídricos. Em nota técnica divulgada, é defendida a criação de uma Sala de Crise para acompanhar de perto a situação na Bacia do Alto Paraguai. O Governo do Estado já havia se antecipado e proibido queimadas.

 

Sobre o SOS Pantanal

Fundado em 2009, ao longo dos últimos 15 anos o Instituto SOS Pantanal atua na conservação do Pantanal, promovendo o aprimoramento de políticas públicas, a divulgação de conhecimento e o desenvolvimento de projetos para o uso sustentável do bioma. Fomentando as transformações necessárias por meio da ciência e do diálogo com os diversos setores da sociedade civil e poder público, o Instituto também incentiva boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor. Para conhecer melhor o trabalho do Instituto clique aqui!


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