Plataforma identifica a depressão em idosos residentes de instituições

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A Casa Ondina Lobo, instituição sem fins lucrativos em São Paulo, lançou a Plataforma Tecnológica de Apoio à Saúde Mental 60+, capaz de identificar e tratar a depressão em idosos de instituições de longa permanência; em parceria com a USP, UFMG e empresas, iniciativa chama atenção para saúde mental da população idosa.

Foto: Adobe Stock.

Por Redação

A depressão, considerada um sério problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde, afeta aproximadamente 154 milhões de pessoas em todo o mundo, destacando-se como um desafio significativo, especialmente entre os idosos. Em 2019, a faixa etária de 60 a 64 anos foi a mais proporcionalmente afetada, com 13,2% dos indivíduos diagnosticados com depressão. Diante desse cenário, a Casa Ondina Lobo, instituição sem fins lucrativos localizada na zona Sul de São Paulo que há 73 anos atende gratuitamente idosos desprovidos de recursos, anunciou o lançamento do terceiro projeto apoiado pelo FMID – Fundo Municipal do Idoso: a Plataforma Tecnológica de Apoio à Saúde Mental 60+.

Com coordenação científica das renomadas Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e gestão da equipe multidisciplinar da Ativa Longevidade, o projeto visa capacitar profissionais de saúde na avaliação do rastreamento de sinais e sintomas de depressão em pessoas idosas. Desenvolvida pela Medlogic, a plataforma inédita propõe uma abordagem inovadora, focando na identificação de depressão em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). O projeto, que não se limita apenas a médicos, promove um ambiente de cuidado integrado e eficaz, reconhecendo as necessidades únicas de cada idoso.

A iniciativa destaca-se por seu caráter inovador, transcendendo as práticas existentes e direcionando a atenção para a saúde mental dos idosos, tanto na comunidade quanto em instituições específicas. Além disso, o projeto busca multiplicar o conhecimento, envolvendo não apenas a Casa Ondina Lobo, mas também outras 11 ILPIs. Ao adotar uma avaliação holística, o projeto representa um refinamento no cuidado à pessoa idosa, colocando a saúde mental no centro das atenções.

Desde o início do desenvolvimento, em agosto de 2022, uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de diversas áreas trabalhou na formulação do protocolo em parceria com o Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e o Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG. O projeto, iniciado no primeiro semestre de 2023 com 70 idosos na Casa Ondina Lobo, agora está em uso e disponibilizado gratuitamente a profissionais de outras ILPIs, garantindo segurança na distância e conformidade com a LGPD.

Para saber mais sobre a plataforma, acesse o site.

A expectativa é capacitar 200 profissionais da área de saúde e beneficiar mais de 400 idosos. O projeto destaca-se por gerar não apenas impacto social, mas também por proporcionar uma visão multidisciplinar da pessoa idosa, acompanhando os rastreados com maior risco de depressão por meio de telemonitoramento.

A capacitação dos profissionais nas ILPIs é detalhada e inclui simulações sobre a coleta de dados para o rastreamento da depressão, registro no sistema e ciclos de aprendizagem vivencial. Após as coletas e resultados, é oferecido um processo de telemonitoria às instituições para manter apoio e orientações aos profissionais das equipes. O projeto foi financiado pelo FMID, com doações incentivadas de empresas como Banco Bradesco, Banco Daycoval, Losango, Norte Energia, Pinheiro Neto, Sem Parar, EY, Takeda e Sodexo.

A iniciativa, comprometida com o bem-estar dos idosos, contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda ONU, especialmente aqueles relacionados à saúde e bem-estar (ODS 3).


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