Programa do Observatório sobre tragédia no Rio Grande do Sul alcança mais de 1 milhão de ouvintes
O programa do Observatório, Olhar da Cidadania, foi ao ar no dia 15 de abril, pela Rádio USP, debatendo os impactos das mudanças climáticas no aumento do número recorde de tragédias ambientais registradas no Brasil em 2023.
Foto: CANVA
Por Redação
O programa Olhar da Cidadania, produzido pelo Observatório do 3° Setor e transmitido pela Rádio USP todas as quintas-feiras, atingiu cerca de 1,2 milhão de ouvintes simultâneos no dia 15 de abril. Nesta edição, o programa apresentado pelo jornalista Joel Scala abordou o impacto das mudanças climáticas no aumento das tragédias ambientais. Segundo a equipe de produção da Rádio USP, o número de ouvintes ficou bem acima do esperado, obtendo uma audiência significativa no Brasil e em outros países da América Latina, como Argentina e Uruguai.
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A urgência da pauta tem recebido apoio da mídia para mobilização e engajamento público, evidenciada o impacto da tragédia ambiental sem precedentes que atinge o Rio Grande do Sul. Até o momento, as enchentes no estado deixaram 161 mortos e outras 82 pessoas desaparecidas, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil na terça-feira (21).
Apesar de ser um dos maiores desastres ambientais da história do estado, as enchentes, que assolam a região desde o dia 29 de abril, não representam um caso isolado. Em 2023, o Brasil registrou recorde de desastres naturais, de acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Desastres Naturais), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Neste período, foram registradas 1.161 ocorrências, sendo que este número considera os desastres hidrológicos, como transbordamento de rios, e os desastres geológicos, que representam os deslizamentos de terra.
Para Paulo Artaxo, professor titular e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o aumento da ocorrência de tragédias ambientais possui relação direta com as mudanças climáticas.
“O que está acontecendo, não só no Rio Grande do Sul, mas no planeta todo, é o aumento dramático na intensidade e frequência dos eventos climáticos extremos. Todos esses efeitos foram previstos pela ciência e todos eles estão associados à aceleração das mudanças climáticas globais”, afirmou o professor no Olhar da Cidadania que foi ao ar no último dia 15.
A alta audiência do programa sobre desastres ambientais mostra que a sociedade está mais interessada em entender as consequências das mudanças climáticas e ainda mais sensibilizada com as vítimas dessas tragédias. No Rio Grande do Sul, as enchentes geraram uma comoção nacional, que resultou em números expressivos de doações e trabalhos voluntários.
Diversas Organizações da Sociedade Civil estão atuando para auxiliar as pessoas afetadas pela tragédia. Por exemplo, a plataforma de doações Vakinha arrecadou mais de R$ 70 milhões para as vítimas das enchentes, batendo recorde de engajamento nos primeiros três dias da campanha. O cenário de calamidade pública que dezenas de municípios do Rio Grande do Sul enfrentam exige que o apoio às vítimas ocorra de diferentes formas, uma vez que os milhares de desabrigados necessitam de suporte financeiro, sanitário, alimentício e psicológico.