ReUrbi une reciclagem e tecnologia para apoiar projetos sociais
A ReUrbi, além de coletar e garantir o descarte correto de equipamentos de TI, destina parte dos produtos da sua linha de seminovos, a REMAKKER, para projetos e organizações do Terceiro Setor
Por: Mariana Lima
De acordo com o E-waste Monitor 2020, relatório produzido pela Associação Internacional de Lixo Sólido (ISWA, na sigla em inglês), da ONU, o Brasil produziu 2.141 toneladas de lixo eletrônico em 2019, sendo o segundo maior gerador das Américas e o quarto maior do mundo.
Apesar de ter 170 pontos de coleta de lixo eletrônico de pessoas físicas, segundo o Ministério do Meio Ambiente, e uma Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (lei nº12.305/2010), o Brasil recicla pouco em relação ao quanto produz.
Um relatório produzido pela Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção DF, apresentado ao Senado em 2019, indicava que apenas 2% dos resíduos eletrônicos produzidos no país seriam reciclados.
É neste contexto que surge a empresa ReUrbi, certificada pelo Sistema B (Best for The World) durante 5 anos seguidos. Por meio da logística reversa e em conformidade com a PNRS, a ReUrbi trabalha junto com os fabricantes, empresas e instituições do Terceiro Setor para garantir o descarte correto de produtos eletrônicos.
Desde 2012, a ReUrbi vem atuando em diversas regiões do Brasil com um serviço de coleta, inventário, certificação, descaraterização de mídia e propriedade, bem como avaliação econômica dos descartes de equipamentos de TI e telecomunicações (linha verde).
Ao receber os equipamentos em desuso por parte de seus clientes (pessoas jurídicas), a ReUrbi realiza uma análise dos componentes para separar o que pode ser recondicionado e o que deve seguir para a desmontagem de peças e partes.
Os materiais que ainda podem ser usados são readequados em equipamentos da linha REMAKKER, produtos seminovos certificados e com garantia de qualidade e assistência técnica.
Esses equipamentos são vendidos a organizações do Terceiro Setor por preços até 40% mais baixos em relação a equipamentos novos.
“Nossa empresa é um exemplo de parte da solução para reduzir a desigualdade social através do descarte correto de equipamentos eletrônicos na área de TI e Telecomunicações”, argumenta Ronaldo Stabile, sócio fundador e CEO da ReUrbi.
Desta forma, equipamentos que foram descartados voltam para a cadeia produtiva como matéria prima ou produtos de TI, diminuindo o impacto ambiental do descarte de eletroeletrônicos.
Além de atuar em prol da sustentabilidade ambiental e econômica, a ReUrbi vem ampliando seu impacto social ao doar parte dos equipamentos a projetos sociais.
“Uma sociedade só será inclusiva e solidária se os jovens e a população tiverem acesso à educação e empregabilidade através da inclusão digital. O mundo já é digital e quem estiver fora dele está excluído”, reforça Stabile.
As instituições que buscam a ReUrbi para fazer a coleta dos equipamentos recebem certificação do descarte correto de seus ativos em conformidade com a Legislação Ambiental e os órgãos de controle ambiental, como o Ibama e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Além da documentação, o descarte dos clientes gera um valor que pode ser destinado a um projeto social de sua escolha. O valor é convertido nos equipamentos da linha REMAKKER, e a ReUrbi realiza a doação para o projeto selecionado.
Por meio da política de comodato (uma espécie de “empréstimo sem custo”), a única obrigação do projeto que recebe a doação é devolver os equipamentos para a ReUrbi quando estiverem em desuso, mantendo o ciclo do descarte correto.
Quando a empresa ou instituição não tem um projeto em mente para apoiar, a própria ReUrbi disponibiliza uma lista com alguns projetos selecionados pela recicladora.
De 2013 a 2020, a ReUrbi já atendeu mais de 80 projetos com os equipamentos da linha REMAKKER. No total, foram 1.500 equipamentos doados e mais de 60 mil pessoas impactadas por meio de projetos focados em inclusão digital.
O trabalho social na pandemia
Durante a pandemia, a Reurbi conseguiu manter seu trabalho social. No total, 11 novos projetos foram atendidos no período. Ainda assim, há empresas que não priorizam descartar seus equipamentos com este viés socioambiental.
“Apesar da pandemia estar escancarada, encontramos dificuldade em conscientizar as empresas do papel e importância delas na solução da exclusão e da desigualdade social”, ressalta Stabile.
Um dos novos projetos sociais que receberam equipamentos ao longo de 2020 foi o Missão Intensidade, que atua no bairro do Novo Horizonte, região periférica da cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo.
A iniciativa surgiu em 2015, quando professores da escola da região, inconformados com a situação de alguns alunos que viviam em ocupações ou eram vítimas de abuso e violência, resolveram se mobilizar para oferecer um espaço de cultura, lazer e aprendizado.
“Tivemos um choque de realidade. Mogi das Cruzes é uma cidade desenvolvida, mas tínhamos alunos morando em chão de terra, com banheiros sem parede. As periferias sofrem com todo tipo de negligência e escassez, sendo roubada de seus direitos”, aponta Rodrigo de Souza, fundador e diretor-executivo da Missão Intensidade.
A Missão Intensidade iniciou seus projetos com foco no acesso à cultura, artes, educação, esportes e formação profissional para crianças, jovens e adultos do bairro.
A organização estava na lista da ReUrbi de projetos sociais. Quando a Movida, empresa de locação de veículos, realizou a coleta de materiais, a ReUrbi indicou a Missão Intensidade para receber os 16 equipamentos da marca REMAKKER.
“Essa doação agregou muito para o projeto. Com os equipamentos, conseguiremos atingir muito mais pessoas e apoiar a comunidade, que ainda sofre com a falta de recursos tecnológicos e de internet, fundamentais agora em meio à pandemia”, conta Rodrigo.
Com a maior oferta de equipamentos no espaço, a Missão Intensidade espera conseguir formar mais de 300 pessoas em seu curso de capacitação profissional e colocar, no mínimo, metade delas no mercado de trabalho.
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Este conteúdo foi produzido por meio de uma parceria entre o Observatório do Terceiro Setor com a ReUrbi – Recicladora Urbana.
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