Heróis: voluntários salvam a vida de animais vítimas das queimadas no Pantanal
Só este ano, queimadas já atingiram 10% do Pantanal. Voluntários de diversas partes do país têm viajado para o Mato Grosso para salvar as vidas dos animais que vivem na região
Só agora em 2020, as queimadas no Mato Grosso já atingiram quase 10% do Pantanal, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e continuam a consumir o bioma. A ajuda dos voluntários tem sido fundamental para diminuir o tamanho do desastre.
Os voluntários estão sendo verdadeiros heróis para salvar os animais que correm das queimadas. Muitos animais são queimados vivos ou morrem inalando a fumaça.
O veterinário Jorge saiu de carro de Jundiaí, no interior de São Paulo, e percorreu cerca de 1.800 km até a rodovia Transpantaneira, decidido a fazer a diferença. A estudante de veterinária Helena ficou angustiada ao ver as imagens de animais mortos e também resolveu ajudar.
Ilvano, presidente da ONG Ecotrópica, amealhou voluntários para identificar poças de lama com pequenas quantidades de água, pontos de referência para os animais em risco em meio ao recorde de queimadas no Pantanal.
Eles contam já terem encontrado milhares de animais silvestres mortos ou com partes do corpo queimadas, entre serpentes, lagartos, jabutis, jacarés, tamanduás, macacos e diversas outras espécies. Os mais ágeis, como a onça-pintada, conseguem fugir do fogo, mas sofrem com as patas queimadas e os impactos provocados pela destruição de seu habitat.
A estudante de veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Helena Aimeé Santos Lima, de 22 anos, integra uma equipe de voluntários para resgate de animais silvestres coordenada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA) em parceria com outras instituições públicas, privadas e do terceiro setor.
Para Helena Lima, a maior dificuldade é a fumaça, que faz os olhos arderem e provoca dificuldade para respirar. Nas buscas à noite, o fogo é mais baixo e de difícil identificação, mas todo trabalho é feito em conjunto com o Corpo de Bombeiros, que orienta os voluntários. A comunicação entre as equipes também é um problema, pois a rede de telefonia não funciona em todos os locais.
O veterinário Jorge Salomão Júnior, de 36 anos, é voluntário na ONG Ampara Animal, que também integra a força-tarefa organizada pela SEMA. Morador de Jundiaí, em São Paulo, o veterinário saiu em seu próprio carro, adaptado para lidar com animais silvestres. Ele trabalha em parceria com o projeto de monitoramento de onças Jaguar Identification Project, que ajuda no atendimento aos animais queimados, e com uma pousada da região, que também apoia os voluntários.
O veterinário já participou de outras operações de resgate, mas diz jamais ter visto uma situação como a atual.
“Grande parte do Pantanal já foi consumida pelo fogo, e a cada dia que a gente sai para buscar os animais tem um foco de incêndio atingindo uma área nova. A impressão, olhando da beira da estrada, é que queimou quase tudo, e o que não foi devastado ainda está queimando. É assustador!”, lamenta.
Interessados em se voluntariar podem entrar em contato com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso, que está organizando os nomes em um banco de dados. Novas equipes serão envidas, no entanto, apenas quando houver estrutura para recebê-las.
Também é possível apoiar a força-tarefa com doações. Uma campanha de arrecadação começou na última terça-feira (01/09), por meio de uma vaquinha online.
Fonte: O Globo
Regiane
10/09/2020 @ 18:21
Boa noite gostaria de saber se somente veterinários podem se escrever para ser voluntário? Obg
Animais queimados vivos: fogo no Pantanal foi provocado por humanos
14/09/2020 @ 15:31
[…] animais estão sendo queimados vivos ou morrendo por inalar a fumaça, e voluntários e ONGs de todo o país estão na região para tentar ajudar os […]
FRANCIELE LIMA DA SILVA
21/09/2020 @ 15:14
Olá! Como consigo ajudar? Não sou da área da saúde, sou designer. Mas quer MUITO ajudar localmente