Brasileira apresenta projeto social durante evento organizado pelo MIT
Iniciativa promove a inclusão e o fortalecimento de artesãs e foi finalista em desafio internacional
Por: Adriana Brandão.
Alice Freitas é cofundadora da Rede Asta e foi uma das finalistas do desafio MIT Solve. O projeto ‘Plataforma Asta’, que trabalha a inclusão e fortalecimento econômico de artesãs, ficou entre as 60 propostas que foram apresentadas em um evento realizado sempre durante a Semana da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Alice Freitas é empreendedora social graduada em direito, especializada em empoderamento econômico feminino pelo Global Woman in Management (Washington – EUA) e pós graduada em Gestão pela COPPEAD da UFRJ. Sua família é de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, onde morou durante boa parte da vida.
A empreendedora trabalhou em multinacionais, mas decidiu deixar a carreira para abraçar uma causa maior. “Não fazia mais sentido para mim trabalhar no setor privado com a lógica de usar todo meu esforço para enriquecer uma pessoa só. Não fazia sentido eu trabalhar para alimentar o sistema da exclusão social, aumentar esse problema de desigualdade”, explica Alice.
Freitas ainda atuou nos institutos Realice e Afroreggae, antes de fundar a Rede Asta, em 2005. A Rede Asta é um negócio social que transforma artesãs em empreendedoras e resíduos corporativos em brindes e insumos para a própria empresa. As iniciativas da organização já foram contempladas por editais como Prêmio FINEP de Inovação Social (2011), Prêmio Brasil Criativo do Ministério da Cultura (2012), Prêmio Folha Empreendedor Social (2014), Prêmio PEGN (2015) e Winning Woman 2016.
Tecnologia Asta no MIT Solve
O projeto que colocou a brasileira entre as finalistas do MIT Solve foi lançado em maio de 2018. A Plataforma Asta é uma tecnologia que tem como metodologia fornecer três acessos à qualquer artesã do Brasil, o acesso ao conhecimento, à rede e ao mercado.
O projeto foi inscrito no MIT Solve, que é uma comunidade de pessoas que resolvem problemas sociais por meio da tecnologia. Anualmente o MIT Solve abre inscrições para receber propostas do mundo inteiro. Foram 1150 iniciativas inscritas nesta edição, 60 projetos foram para a final. Alice Freitas foi a única brasileira finalista.
O MIT oferece uma premiação de 10 mil dólares para os vencedores, além da possibilidade de ser contemplado com outros aportes. “O mais legal da comunidade é que nós entramos em um ambiente MIT, com acesso a mentores que nos acompanham e apoiam”, diz Alice.
A proposta da Plataforma Asta surgiu com a Escola de Negócios das Artesãs, com encontros presenciais. Diante da ânsia de alcançar artesãos de outras regiões devido ao resultado positivo das formações, a tecnologia pareceu um bom caminho para expansão. A Tranfigura Fundation entrou como financiadora, com parceria da Asap Tecnologia e Já Entendi para desenvolvimento do projeto. A plataforma ganhou outras funcionalidades como a parte de rede, nos moldes de uma rede social e uma área de conexão com o mercado B2B.
Atualmente, o Instituto C&A também apoia a iniciativa. O espaço digital possui 20 cursos criados pela equipe da Rede Asta, além de vitrines onde os profissionais podem expor e vender seus produtos sem intermediários. A Rede Asta está no processo de captação de recursos para manter a plataforma com financiamento de apoiadores pelos próximos dois anos. Mas Alice diz que a meta é construir um plano de negócios para tornar a plataforma autossustentável até 2021.
Freitas também fala sobre seus planos para o futuro na organização: “Espero conseguir sair dessa operação mais direta da Rede Asta e trabalhar mais na área de articulação, estratégias e criação”.