Com falta de água e comida, população de Gaza clama por um cessar-fogo
Os trabalhadores humanitários da ONU seguem alertando sobre a situação na Faixa de Gaza, onde uma em cada quatro pessoas está em risco de fome, cerca de 576 mil pessoas.
Nesta quarta-feira, o diretor do Programa Mundial de Alimentos na Palestina disse que um terço de todas as famílias em Gaza têm crianças com menos de cinco anos.
Falando de Deir Al Balah, Matthew Hollingworth ressaltou que elas “precisam é de escola, embora precisem de mais água limpa, o que precisam é de mais estabilidade e de uma vida normal”.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa), observou que houve mais de 360 ataques às suas instalações desde o início da guerra. Além das dezenas de milhares de vítimas, infraestruturas vitais foram afetadas, incluindo o poço de água da agência na cidade de Khan Younis.
A escola Al Qastal da Unrwa, no centro da Faixa de Gaza, é agora o lar de cerca de 2,4 mil famílias que foram deslocadas por quase sete meses de guerra em Gaza. As pessoas vêm de todos os diferentes bairros afetados pelo conflito.
De acordo com o representante do PMA, nesta escola a assistência inclui alimentos e suplementos nutricionais especiais para bebês e crianças pequenas, para garantir um crescimento saudável.
A Agência da ONU Unrwa, alerta que mais crianças foram mortas nos últimos meses do que em quatro anos de conflito em todo o mundo. O comissário-geral, Philippe Lazzarini, afirmou que o conflito é uma “guerra contra as crianças” e o futuro delas.
Os trabalhadores humanitários da ONU seguem alertando sobre a situação na Faixa de Gaza, onde uma em cada quatro pessoas está em risco de fome, ou pelo menos 576 mil pessoas.
Mais de 25 pessoas já morreram de desnutrição aguda grave e desidratação no norte, de acordo com o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha), sendo que 21 delas são crianças.
Os números mostram que mais de 30 mil pessoas já morreram em Gaza desde que o conflito começou, sendo a grande maioria mulheres e crianças.
A população de Gaza clama por um cessar-fogo imediato, inclusive que já foi aprovado por todos os países da ONU, e não foi cumprido.
Protestos
No mundo todo ocorrem protestos pró-palestina, mas o protesto de estudantes envolvendo centenas de pessoas na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos está chamando a atenção mundial. O país foi o único a negar na assembleia da ONU por várias vezes cessar-fogo e ajuda humanitária para os palestinos. E também se manifestou a favor dos ataques de Israel. Os protestos dos estudantes mostram que não é a unanimidade a postura do país entre a população.
A pedido das autoridades, a polícia removeu os manifestantes que estavam acampados dentro de um edifício no campus. Agências de notícias também relataram grandes confrontos entre manifestantes rivais durante a noite no campus da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Horas antes, o alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, advertiu contra quaisquer “medidas pesadas” por parte de algumas universidades nos Estados Unidos ao lidar com os protestos contra a guerra em Gaza.
Fonte: ONU News