Pressão popular reduz pela metade salários de parlamentares no Chile
Deputados chilenos aprovaram redução provisória nos salários das autoridades com os mais altos cargos do Estado
Por: Mariana Lima
Na última quarta-feira (27/11), a Câmara dos Deputados do Chile aprovou por unanimidade uma redução de 50% do salário das autoridades do alto escalão do Estado, pelo período de 60 dias.
As autoridades impactadas por essa medida são: o presidente, os ministros, subsecretários, governadores e os parlamentares.
A ação era uma das promessas do presidente Sebastián Piñera para conter as manifestações que ocorrem no país, há mais de 40 dias.
As manifestações se iniciaram em outubro, em consequência do aumento no preço das passagens de metrô em Santiago.
Após a violência que se seguiu, as manifestações transformaram-se em um movimento contra a classe política em todo o país.
As estimativas apontam que 26 pessoas morreram nos confrontos com a polícia, e milhares ficaram feridas.
A decisão de reduzir os salários ainda não entrou em vigor. O projeto precisa passar pelo Senado, mas, caso seja aprovado, prefeitos, integrantes do judiciário e funcionários do Ministério Público não serão atingidos pelos cortes de salários.
De acordo com a imprensa chilena, a decisão tem caráter transitório e não cortará os benefícios extras a que os parlamentares têm direito. No entanto, os deputados acreditam que a decisão consegue atender, em parte, as demandas dos protestos no Chile.
No mesmo dia da votação, o presidente chileno Sebastián Piñera pediu urgência aos parlamentares para a aprovação de uma sequência de leis para conter a violência nos protestos.
A violência no país alcançou níveis tão extremos que a ONG Human Rights Watch publicou um relatório sobre os casos de abusos cometidos por policiais no país.
Fontes: G1 e Agência Brasil