Startup cria curativo feito com impressão 3D contra feridas crônicas
Curativo com impressão 3D foi criado por startup de Ribeirão Preto (SP). O produto pode combater queimaduras graves e feridas crônicas
Por: Júlia Pereira
Uma startup localizada na cidade de Ribeirão Preto (SP) criou um curativo feito com impressão 3D, a partir de células-tronco, que tem a capacidade de combater queimaduras graves e feridas crônicas, como as de pacientes com diabetes. O produto foi desenvolvido em parceria com unidades de referência na saúde como o Hemocentro, na USP.
Uma das cientistas que está à frente da pesquisa sobre o curativo é a bióloga Carolina Caliari, fundadora da startup In Situ Terapia Celular e ex-aluna do médico Júlio César Voltarelli (1948 – 2012), um dos pioneiros em pesquisa com células-tronco no Brasil.
O produto ainda depende de testes clínicos e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em entrevista ao G1, Carolina estima que o curativo pode chegar aos primeiros pacientes por meio de parcerias com hospitais particulares a partir dos próximos dois anos. De acordo com a cientista, o objetivo é que o biocurativo beneficie pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O que são os biocurativos?
Os biocurativos desenvolvidos por Carolina juntamente a outros cinco pesquisadores têm como base as células-tronco extraídas de cordões umbilicais de bebês recém-nascidos. O material é armazenado para fins de pesquisa pelo Hemocentro e fornecido para a startup localizada no Supera Parque, principal polo de inovação de Ribeirão Preto.
As células são mantidas vivas sob baixas temperaturas, descongeladas e cultivadas em laboratório. Depois disso, são misturadas com um gel desenvolvido pela própria startup e transformadas em uma biotinta.
Essa biotinta é colocada nos cartuchos da impressora 3D que imprime os curativos em questão de minutos. Segundo Carolina, esse processo não acaba com o efeito terapêutico das células.
Os curativos já demonstraram eficácia por meio de testes em laboratório realizados com animais. Em contato com o corpo, o produto estimula a regeneração das células da pele e ajuda na cicatrização. Carolina afirma em entrevista que o material é aplicado uma única vez, sem necessidade de reposição como em outros métodos.
Como consequência de uma cicatrização mais tranquila, o biocurativo deve ser capaz de evitar infecções, amputações e reduzir custos hospitalares com internações e outros procedimentos.
Fonte: G1 Ribeirão Preto e Franca