Na América Latina, 78% dos lares não resistem a 3 meses sem renda
O relatório ‘Vulnerabilidade financeira dos lares perante a covid-19: uma perspectiva global’ revela que quase 8 em cada 10 lares latino-americanos não conseguiriam cobrir suas despesas por 3 meses caso perdessem sua principal fonte de renda
Por: Isabela Alves
O relatório ‘Vulnerabilidade financeira dos lares perante a covid-19: uma perspectiva global’, lançado pelo BBVA Research, apontou os impactos da pandemia do coronavírus entre famílias de maior vulnerabilidade financeira no mundo.
O levantamento analisou quanto tempo seria possível cobrir os custos de famílias que perderam a principal fonte de renda durante a pandemia. Foram analisados os gastos com alimentação, energia, água, educação e saúde sem precisar recorrer a um crédito ou medidas mais extremas, como mudar de casa.
O resultado mostrou que a pandemia causou uma enorme disparidade entre os países de economia desenvolvida e os que estão em desenvolvimento.
Um exemplo disso é que enquanto nos Estados Unidos metade dos lares (50%) iriam conseguir se manter por até seis meses, famílias que vivem na América Latina e Caribe não possuem o mesmo privilégio.
No Equador e Paraguai, os índices chegaram a apenas 5,5%. Na Argentina, Peru e Colômbia, o resultado foi de 7%, enquanto no Brasil e no Chile o percentual foi de 14%. Em média, 78% dos lares latino-americanos não conseguiriam manter suas despesas por três meses sem a principal fonte de renda.
No geral, Estados Unidos, Canadá e países europeus são lugares onde quase 40% das famílias são capazes de subsistir sem renda por mais de seis meses. Na Espanha, por exemplo, dois em cada três lares seriam capazes de passar três meses sem renda alguma.
Os países estudados no relatório foram a África do Sul, Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Espanha, Finlândia, Hong Kong, Países Baixos, Paraguai, Peru, Reino Unido e Rússia.
Fonte: El País Brasil